O médico Marcio Antonio Souza Junior, que filmou um homem negro preso com correntes e algema, gravou um novo vídeo ao lado dele na quarta-feira (16) e afirmou que não há situação de escravidão. Em depoimento à Polícia Civil, o funcionário da fazenda, que apareceu acorrentado até pelo pescoço, disse que a gravação não passou de uma brincadeira. As informações são do G1.

“E aí, camarão. O povo está enchendo o saco. O que você acha disso?”, pergunta o médico no vídeo. “O povo tem é que trabalhar. A vida melhor que Deus deu para o homem foi trabalhar, moçada”, responde o funcionário. “Aqui é tranquilidade, paz. Não tem nada de escravidão. Quem não queria uma vida dessa”, afirma o médico na sequência.

Em outro vídeo, divulgado nas redes socias do médico, ele afirma que o funcionário é amigo dele e pede desculpas para “quem se sentiu ofendido”. “Foi uma encenação teatral”, conclui o médico.

De acordo com a Polícia Civil, apesar de o funcionário afirmar em depoimento que a situação foi uma brincadeira, um novo inquérito para apurar o crime de racismo foi aberto pelo delegado Gustavo Cabral.

“Apesar da vítima informar que partiu dela essa iniciativa e que não deseja representar contra esse médico por eventual constrangimento ou injúria, nós observamos a possibilidade de estar caracterizando o crime previsto no artigo 20, da lei de crimes raciais, por ele, aparentemente, ter incitado e induzido à prática de racismo”, explicou o delegado ao G1.

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