Beto Lee, de 39 anos, construiu uma carreira consistente como guitarrista, compositor e cantor, além de ser apresentador no Multishow. Filho de Rita Lee e Roberto de Carvalho, ele conversou com o Estado sobre sua entrada no Titãs.

Como foi receber o convite entrar na banda?

Me pegou de surpresa. Foi o Sérgio (Britto) quem me fez o convite. Ele me mandou uma mensagem perguntando: posso te ligar amanhã? No começo, achei que ele queria falar com a minha mãe. Mas pensei: o Sérgio conhece minha mãe, não precisa de mim tecnicamente para falar com ela. Aí aguardei a ligação dele. Ele me ligou e falou logo de cara. E falei ‘tô nessa’ na hora.

E quando você começou a acompanhar o grupo em ensaios, shows…?

Até o primeiro show, em agosto, a gente teve um mês de ensaio. E, antes disso, assim que recebi a ligação do Sérgio, já comecei a fazer a lição de casa. Pensei: o que eles tocam no repertório? Com certeza, os clássicos. E o Sérgio me mandou o set list. Cheguei e tudo certo.

Sentiu responsabilidade ao entrar na banda?

Não, também não sou nenhum novato, tenho três discos, meu último disco ganhou o Grammy, faço programa de TV. Já estou bem azeitado.

Como era sua relação com a música do Titãs?

Eu cresci nos anos 1980. Então, fui exposto a toda essa gama de artistas que vieram nessa época. Foi uma época muito frutífera para a música brasileira. Acho que a primeira vez que eu vi o Titãs foi em um programa de TV e fiquei fascinado com aquele octeto, com os caras dançando. Fico fascinado pelos Titãs, porque eles não se limitam como artistas. São atores, autores, compositores, músicos, apresentam programa de TV. Acho que o artista não tem de se limitar a uma coisa ou outra. Ele faz tudo no paralelo. Assim como a minha mãe: ela sempre gravou, escreveu livro infantil, faz uma ponta aqui e ali num filme, numa novela.

Por falar na sua mãe, Rita Lee vai lançar biografia. E está a relação dela com música?

Minha mãe se aposentou, foram 50 anos de serviços bem prestados, acho que é digno a pessoa saber a hora de parar. E agora tem essa bio dela, em que ela está colocando as cartas na mesa. Meus pais estão curtindo a aposentadoria. Não estão pensando muito em música. Estão curtindo uma nova fase da vida deles.

Você sente falta da época em que tocava com eles?

Claro que dá saudade, mas entendo que eles não querem mais nada com isso. Estão ali aposentados, cuidando de bichos, de plantas, namorando, fazendo o que eles gostam de fazer. E acho ela corajosa, porque nesse mimimi de biografia não autorizada, minha mãe falou: vou escrever a minha’ e f… todo mundo, não vou deixar para ghost writer. Ela escreve, cuidou de tudo, está tudo lá. Ela vai lá e faz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.