19/09/2019 - 16:22
Luísa Sonza é uma mulher independente. A cantora de 21 anos, que começou profissionalmente aos sete, afirma ser dona de si, ter uma “vida individual” que compartilha com o marido e, embora já tenha se incomodado, hoje já não se importa em ser reconhecida como “a mulher de Whindersson Nunes”. Para ela, isso é algo “muito pequeno”.
“Já me incomodou, não tem como falar que nunca me incomodou. Hoje, eu lido de uma maneira por estar algo muito menor. Quando você se torna mulher de alguém, sua história é apagada. Isso acontece com mulher, com homem nunca vai acontecer. Sua história é apagada, tudo o que você fez na vida é apagado e você se torna mulher de alguém”, disse Luísa em entrevista ao programa “Provocações”, da TV Cultura, na terça-feira, 17.
A cantora explicou por que não deveria ser reconhecida dessa forma. “Para começar, eu não sou mulher de ninguém. Eu sou dona de mim mesma e eu tenho um relacionamento com alguém”, afirmou. “Isso é algo chatíssimo, mas é algo que não tem como mudar de uma hora para outra, a gente vai mostrando nosso trabalho. E eu também não tenho que provar nada para ninguém.”
O apresentador Marcelo Tas comentou sobre a mãe e uma avó de Luísa, mulheres que foram referência para a cantora. “Todas nós mulheres já somos obrigadas a nascer com ‘faca na bota’ e coragem”, disse ela. “Faca na bota” é um termo utilizado no Rio Grande do Sul, onde a cantora nasceu, para dizer que a pessoa é destemida.
A mãe de Luísa, inclusive, foi inspiração para uma das músicas do álbum Pandora, o primeiro de sua carreira, lançado em junho. Segundo ela, a canção Eliane é baseada em histórias que ouviu da mãe ou a viu viver.
O álbum
Na mitologia grega, Pandora é a primeira filha de Zeus, que abre uma caixa que deveria permanecer sempre fechada e, com isso, libera todos os males no mundo. Luísa disse que quis passar uma nova interpretação ao usar o nome para seu primeiro álbum. “É da nossa própria caixa, que ela existe e está ali, nossos sentimentos bons e ruins. A gente não pode ignorar”, disse.
Ela afirmou que a caixa pode também ter o sentido das regras e comportamentos que a sociedade impõe para homens e mulheres: “como a gente tem de se expressar, a forma como tem de ser e viver”. “Eu prego esse novo jeito que é não seguir rótulo nenhum, não ter de ficar dentro de uma caixa, seja você homem, mulher, LGBTQI.”
Fama
Sobre a fama, a cantora disse que não tem medo de perdê-la. “Eu não faço o que eu faço para ser famosa. Ser famosa é uma consequência. Eu faço porque eu acredito em algo e quero contribuir o tempo que eu puder, da maneira que eu puder, para as coisas que eu acredito”, explicou.
Marcelo Tas e Luísa Sonza também falaram sobre depressão e como foi apoiar o marido nessa questão.
Assista a entrevista completa: