O Palmeiras, mais uma vez, viu um título escapar por entre as mãos nas cobranças de pênaltis. Neste domingo, depois de um empate sem gols no Mineirão com o São Paulo, a equipe alviverde não foi feliz nas penalidades e deixou o time tricolor levantar a taça da Supercopa do Brasil. O técnico Abel Ferreira reconheceu a falha que sua equipe tem em decidir nos momentos em que a bola está na marca da cal.

“Mais do que ganhar as finais, porque elas são boas de ganhar e duro de perder, são 14 finais. Eu quero que as pessoas entendam isso. Porque chegar à final, e perder, é preciso lá chegar. Há um trabalho que eu não desvalorizo. Não conheço uma equipe que só vença. E muito menos uma equipe que está a vencer de forma consistente. Já poderíamos ter 14 títulos. Quer dizer que não vamos ganhar sempre”, disse o técnico palmeirense em entrevista coletiva após a partida.

Apesar de mais um tropeço para os rivais do Morumbi, Abel soube valorizar o trabalho desempenhado por sua equipe, além de reconhecer a competência dos jogadores do São Paulo em serem eficazes no momento certo.

“Nós, nesse momento, ainda não somos suficientemente competentes. Mas havemos de ganhar um dia. Oito decisões em pênaltis, sete nós não conseguimos. Contra fato não há argumentos. Eu gosto muito de números. Desculpem, eu não sou competente o suficiente para ajudar a minha equipe em ser boa a bater pênaltis.”

“Eficácia” foi uma palavra bastante usada por Abel Ferreira em sua análise da partida. Ele acredita que foi um jogo à altura de Palmeiras x São Paulo, mas que foram nos detalhes que o título acabou sendo decidido.

“Nós tivemos oportunidades para fazer gols. E a única oportunidade que nosso adversário teve fomos nós que ainda demos. Tivemos uma no (Flaco) Lopez, com o pé esquerdo que, no mínimo, tem que meter no gol. Não podemos falhar”, reclamou Abel.

“O futebol, por muito que eu queira justificar substituições, tem a ver com eficácia. O ponto mais determinante no futebol é a eficácia. Eficácia é um ponto que nós temos que melhorar, porque essa equipe sempre criou. Foi o ano passado e continua a ser uma equipe que cria muitos gols, que faz muitos gols. Uma equipe que tem recorde de gols, mas hoje, infelizmente, não tivemos a capacidade, de forma coletiva, de fazer gols. E nem nos pênaltis. Nosso adversário foi melhor e parabéns para eles.”

O Palmeiras, para Abel, não pecou por falta de treino. Tudo teve a ver com aproveitar as oportunidades. “Treinamos a semana toda os pênaltis. Todos os dias. Todos jogadores foram treinar pênaltis. É para se perceber que não é o ponto forte desta equipe.”

Outro fato interessante que marcou o dia no Mineirão foi a torcida dividida. Os quatro grandes clubes de São Paulo não comparecem no mesmo estádio ao mesmo tempo desde 2016. As autoridades do Estados determinaram que, por conta de diversos episódios de violência, os clássicos fossem disputados em torcida única. E assim é desde então.

“Um apaixonado, como sou, de futebol, eu gostaria de ver sim (torcida dividida)”, comentou Abel. “Claro que há sempre uma minoria quando as equipes jogam em casa. Eu não tenho nem conhecimento, nem competência o suficiente para ver se há condições ou não para este tipo de situações.”

O técnico palmeirense disse que tem de saber enfatizar os episódios bons em detrimento dos ruins. Ele citou o episódio em que um torcedor isolado do São Paulo quebrou um vidro do ônibus palmeirense. Para ele, a torcida tem o papel de empurrar e incentivar a sua equipe, e não de atacar o adversário.