O apresentador Tadeu Schmidt foi o convidado desta quinta-feira, dia 19 no podcast criado por Andrea Ramal, Doutora em Educação, autora de diversos livros na área, consultora e palestrante. Nas entrevistas, ela convida não só especialistas, mas também celebridades e formadores de opinião que contam suas vivências como mães/pais e dão detalhes de sua história de vida numa ótica que poucos conhecem.

Na entrevista à educadora, Tadeu conta como foi a educação que ele e Oscar Schmidt receberam, o que os levou a brilhar no esporte e como foi parar no jornalismo. “Meu pai era rígido e bravo, recorda, “lá em casa não se admitia falar palavrão nem desrespeitar a nossa mãe; e hoje minha mulher e eu levamos a educação da mesma forma, com rigor e disciplina”.

O apresentador comenta também o segredo do seu sucesso profissional: “Às vezes você olha alguém bem-sucedido e diz que essa é uma pessoa com talento natural, ou que é divertida, mas o suor detrás disso é muito grande; perdi as contas de quantas vezes virei a noite editando uma reportagem, só porque queria que aquela reportagem fosse ainda mais bem feita”.

Sobre a passagem do jornalismo para o BBB, ele conta: “os primeiros dias foram os mais difíceis, mas me entreguei de corpo e alma, porque minha função é de grande responsabilidade: sou o único elo que os participantes têm com o mundo exterior, durante vários meses. Mas é um aprendizado contínuo, porque lidamos com o imponderável”.

Andrea Ramal pede que ele analise seus discursos de eliminação para os participantes que foram cancelados nas redes sociais, e ele diz: “Não preciso dar um chute na canela da pessoa no momento que ela chega; quero sobretudo acolher, são jovens que estão saindo do programa, eu vejo como se fossem filhos saindo de um momento de tensão máxima”.

No papo, Tadeu Schmidt também deixa várias lições para os pais de hoje. Por exemplo, ele e a esposa Ana nunca contrariaram um ao outro na frente das filhas. E mais: Tadeu ia junto com ela às reuniões de pais da escola. “Sempre fui muito presente na questão dos valores e da educação, de ensinar o que é errado, ser honesto, ser correto, ter respeito pelas pessoas”.

Tadeu também expõe o que significou para ele saber da orientação sexual da filha Valentina: “Não significou nada. Valentina me disse ´sou queer, me identifico como eu quero´, e eu disse: ´está bem, e o que temos para o almoço hoje?´ Por que a gente tem que se importar com a orientação sexual dos outros? Daqui a 200 anos vão olhar para nós e dizer: ´Meu Deus, tinha gente que se incomodava com o casamento gay”. E continuou: “Nem precisei dizer para a Valentina ´Estou do seu lado´, porque ela sabe que estou do lado dela”.

Ele associa a homofobia à falta de instrução: “Quanto maior a ignorância, maior o preconceito; quanto mais educação, mais o ser humano absorve novos conhecimentos e menos preconceituoso se torna”.
Numa conversa solta e sem barreiras, Tadeu Schmidt ainda revela quem ele considera “bola cheia” e “bola murcha na educação brasileira.