O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, nesta segunda-feira, 25, que qualquer fala sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “fugir para embaixada, de qualquer país, beira a insanidade”. O antigo chefe do Executivo passou pelo menos duas noites na Embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça Brasileira, como divulgou o jornal The New York Times (NYT). Em publicação nas redes sociais, o deputado ironizou a repercussão do caso, dizendo que “não sabia que ir a uma embaixada era crime”.

O filho 03 de Bolsonaro comentou que a suposta narrativa é “pura loucura”,e afirmou que o caso vem “bem a calhar, após áudio de Cid falando sobre pressão para fazer delação premiada, o fim das narrativas sobre assassinato da vereadora esquerdista Marielle Franco e o fiasco da manifestação vazia do PT de ontem”. Em depoimento, Cid recuou das declarações feitas no áudio, dizendo que foi apenas um desabafo. Mesmo assim, foi preso novamente pela PF.

Na segunda-feira, o The New York Times publicou imagens e vídeo que indicam que o ex-presidente entrou na embaixada, em Brasília, no dia 12 de fevereiro e revelou fotos de satélites mostrando que o veículo usado por ele ficou estacionado na embaixada europeia.

Em outra publicação no X (antigo Twitter), Eduardo Bolsonaro escreve que é “estranho” como imagens de um circuito interno de TV de uma embaixada estrangeira vazam e “ninguém se pergunta como”. Ele ainda questiona se seria serviço de inteligência de algum país ou se hackearam a serviço de alguém. “Por que um assunto do Brasil e Hungria foi vazado de um jornal esquerdista americano? Somos tão ingênuos assim?”, disse.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes, a presença de Bolsonaro na embaixada se deu com objetivo de “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes.

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que ele estava tentando “alavancar sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto da fuga de Bolsonaro.