‘Não podemos fechar as portas’, diz Dira Paes sobre influenciadores em novelas

Atriz destaca que influenciadores na dramaturgia devem ser vistos como parte da evolução da arte, desde que haja propósito e qualidade

Dira Paes
Dira Paes Foto: Reprodução/Instagram

Com a popularização da internet e a crescente presença de influenciadores em produções televisivas, Dira Paes, 56 anos, defendeu que a arte precisa acompanhar esse movimento de transformação. Para a atriz, o caminho é manter as portas abertas a novos talentos, desde que o trabalho venha acompanhado de propósito. Segundo ela, essas mudanças não representam ameaça, mas fazem parte de uma evolução natural da linguagem artística.

Durante sua participação no ‘Roda Viva’, da TV Cultura, Dira foi questionada sobre a relevância de conteúdos voltados para a internet, como novelas em formato vertical, e sobre como esses produtos dialogam com a cultura. A atriz destacou o impacto dos vídeos curtos e das narrativas criadas nas redes sociais.

“É preciso entender onde acontece a intersecção disso. Não vejo como algo à parte, mas como universos paralelos que se tocam. Hoje, observamos influenciadores migrando para a dramaturgia, numa tentativa de misturar linguagens, despertar a curiosidade e atrair público”, explicou.

Para ela, o que realmente sustenta uma produção é a qualidade artística e a ideia que a move. “Com gosto, estrutura, embasamento, conteúdo e propósito, tudo se justifica. Agora, se for apenas movido por interesse comercial, sem um pensamento por trás, dificilmente dá certo”, acrescentou.

Dira lembrou ainda que a arte sempre esteve em constante transformação. “Não é o formato que sustenta a criação, mas a ideia. Desde as pinturas rupestres até a fotografia, passando pelo cinema e pela televisão, sempre achamos que um formato eliminaria o outro — e isso nunca se confirmou”, refletiu.

Segundo a atriz, a essência da arte exige conhecimento, dedicação e alma. “Um vídeo no celular não é um filme por si só; é a ideia que o torna arte”, ressaltou.

Sobre a presença dos influenciadores na dramaturgia, Dira defendeu uma postura de acolhimento. “Não podemos fechar as portas para esses experimentos visuais. Eles vão acontecer de qualquer forma”, concluiu.