Muita gente, com razão – inclusive eu -, encontra-se preocupada com mais esta demonstração de força (e de controle), advinda do Supremo Tribunal Federal, pela calva, digo mãos, do ministro supremo Alexandre de Moraes, de quem discordar é sempre um perigo, que autorizou uma operação policial de busca e apreensão, nesta terça-feira (23), contra oito empresários bolsonaristas que se manifestaram, em um grupo fechado de WhatsApp, favoráveis a um golpe de Estado no Brasil caso Lula vença as eleições.

Temos, a bem da verdade e da razão, de separar a questão em dois aspectos distintos, e perguntar ao Xandão: a decisão tem a ver com a manifestação golpista propriamente dita, ou com a possibilidade, em tese, de financiamento de atos antidemocráticos? Sim, porque essa questão é fundamental e precisa ser minuciosamente esclarecida. Pensar merda, que eu saiba, não é proibido nem muito menos crime. Agora, promover e financiar merda, no caso um golpe de Estado, aí, sim, seria crime. Isso ocorreu, ou não, ministro?

Dentre as medidas impostas por Moraes está a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados. Beleza. Se há suspeita de financiamento ilegal, que se apure a movimentação financeira. Porém o ministro também determinou o bloqueio de contas dos envolvidos. Ora, por qual motivo? É um ponto que a sociedade precisa saber. Além disso, bloqueou as redes sociais também. De novo: por que razão? Censura prévia é proibida pela Constituição, e que saibamos, nenhum dos oito idiotas anda pregando golpe abertamente por aí.

Atentar contra o Estado de Direito, repito, muito mais do que ‘merda’, é crime, e as mensagens do grupo, divulgadas pelo site Metrópoles, deixam bem clara a vocação golpista dos aloprados. A investigação, portanto, é justificada e necessária, e a depender dos desdobramentos poderá resultar até mesmo em prisões preventivas. Contudo, caldo de galinha e prudência não fazem mal a ninguém, e certas decisões do supremo, a meu ver, andam raspando a imprudência. Será esta mais uma? Hein, Alexandre, o Grande, será?