SÃO PAULO, 5 JUL (ANSA) – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou neste sábado (5) durante a abertura do Fórum Empresarial do Brics, no Rio de Janeiro, e pediu a formação de uma “governança multilateral” para normas sobre Inteligência Artificial (IA), além de alertar que “não haverá prosperidade em um mundo conflagrado”.
O mandatário avaliou que o avanço da tecnologia poderá causar “efeitos colaterais” em um futuro não muito distante.
“A IA traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor. Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral”, declarou.
Em outra parte de seu discurso, Lula afirmou que o Brics “segue como fiador de um futuro promissor” e analisou que os países emergentes precisam “defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional”.
O petista ainda reforçou que os países do grupo têm capacidade de comandar um novo modelo de desenvolvimento focado em “agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia”.
“A descarbonização de nossas economias é um processo irreversível. A poucos meses da COP 30, reforçamos nossa responsabilidade com a promoção de uma transição ecológica justa e inclusiva. Há imenso potencial para ampliar a produção de biocombustíveis, baterias, placas solares e turbinas eólicas”, disse.
Por fim, Lula mencionou os conflitos espalhados pelo planeta ao afirmar que “não haverá prosperidade em um mundo conflagrado”.
“O fim dos conflitos que se acumulam é uma das responsabilidades de chefes de Estado e de governo. É patente que o vácuo de liderança agrava as múltiplas crises enfrentadas por nossas sociedades. Estou certo de que este Fórum e a Cúpula do BRICS que se inicia amanhã aportarão soluções. Ao invés de barreiras, promovemos integração. Contra a indiferença, construímos solidariedade”, declarou. (ANSA).