O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), afirmou nesta terça, 5, que a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que mais cedo determinou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceite o pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer e instale uma comissão especial para analisar o pedido “não muda nada” na discussão sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Para o petista, não há razões para depor nem Dilma nem Temer.

“Para a gente não muda nada. As razões para um impedimento do Michel Temer que estão sendo apresentadas são as mesmas apresentadas para Dilma. Se nós achamos que não há crime de responsabilidade naquele que está sendo argumentado, não vale para ela e não vale para ele”, disse Costa.

Para o petista, a maior repercussão da decisão de Marco Aurélio deverá ser na seara política. Segundo ele, está ficando claro que a discussão sobre o impedimento de um presidente não é algo que se possa fazer, uma vez que há uma discussão sobre a barreira legal e a falta de legitimidade.

Questionado se a manifestação do ministro do STF dissuade o afastamento de Dilma, Humberto Costa respondeu: “Não é que termina dissuadindo, termina um pouco aquela convicção daqueles que estão favoráveis ao impeachment. E daí, o que é que vai acontecer depois? Fica difícil de o cara defender, Temer não, mas Dilma sim. Como nós ficaríamos também, Dilma sim e Temer não, não dá.”

O senador do PT disse que fica uma “incoerência danada”. “Pode até ser que interiormente as pessoas fiquem contentes”, disse.