CARACAS, 8 AGO (ANSA) – O Centro Carter, principal observador independente nas eleições da Venezuela, afirmou nesta quinta-feira (8) que “não há evidências” de que o sistema eleitoral do país tenha sido alvo de um ataque cibernético durante o pleito presidencial de 28 de julho.   

A informação foi confirmada pela chefe da missão de observação do Centro Carter, Jennie Lincoln, à AFP, confirmando os números que dão vitória ao candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.   

Na noite das eleições, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Elvis Amoroso, declarou a vitória do presidente Nicolás Maduro sem fornecer dados das assembleias de voto e alegando que a CNE havia sido vítima de um ataque hacker.   

E, até o momento, mais de 10 dias após o término da votação, as autoridades ainda não publicaram a ata completa do pleito.   

“Existem empresas que monitoram e sabem quando há uma interrupção, mas não houve nenhuma na Venezuela no dia ou na noite das eleições”, declarou Lincoln, falando dos Estados Unidos, onde a fundação está sediada.   

Além disso, ela explicou que a transmissão dos dados eleitorais “é feita através de linhas telefônicas e de telefones via satélite. Portanto, nem é feita com o computador”.   

Opositores e muitos observadores acreditam que o atraso visa ajudar a evitar a divulgação de resultados reais que mostrariam que o candidato da oposição teria recebido mais votos do que Maduro.   

Por fim, o Centro Carter “analisou os números” disponíveis junto com outras organizações e universidades e “confirma Edmundo González Urrutia como o vencedor com mais de 60%” dos votos.   

“A grande irregularidade do dia da eleição foi a falta de transparência do CNE e o flagrante desrespeito às suas regras do jogo em termos de produzir o verdadeiro voto do povo venezuelano”, concluiu ela.   

Vários países, incluindo os Estados Unidos e nações latino-americanas, reconheceram González Urrutia como vencedor e pediram que a Venezuela publicasse dados eleitorais. Já Brasil, Colômbia e México, que mantêm boas relações com o governo de Maduro, pediram uma “verificação imparcial” do resultado.   

(ANSA).