Somos tão miseravelmente desafortunados em termos políticos, que, entra década, sai década, apenas trocamos de pólo fascistóide, aprisionados em um looping autoritário que insiste em não terminar. Há quase 100 anos o Brasil se alterna entre getulismo, populismo, militarismo, lulismo e agora bolsonarismo. Democracia ampla, geral e irrestrita, que é bom, nada! Gostamos mesmo é de tiro, porrada e bomba.

Após quase 16 anos de cleptocracia lulopetista, onde ditos movimentos sociais – na verdade, em sua maioria, movimentos terroristas e arruaceiros – eram nababescamente financiados e armados pelas esquerdas dominantes, a sociedade brasileira, farta de invasões, depredações e violência contra quaisquer tipos de oposição, acreditou em um “projeto liberal” que prometia salvar o Brasil da crescente ameaça fascista latino americana.

Hoje, resta claro e evidente que o bolsonarismo nada mais é que mero fascismo de extrema direita. Seus ideais e práticas são idênticos aos do lulopetismo mais aguerrido: não aceitam oposição e divergência; não toleram minorias não alinhadas ao Poder; cultuam o líder como a um semideus; desprezam leis e a Constituição em nome de crenças e ideologias; acreditam em povo servil e pensamento único como forma de governo.

Cenas de agressões covardes contra opositores políticos eram comuns nos tempos de CUT e de MST fortes. Ataques à imprensa e a jornalistas eram fartos e corriqueiros, e quase sempre incentivados e financiados pelo próprio governo petista. Agora eu pergunto: qual é a diferença entre o que ocorria e o que ocorre hoje? Em que o bolsonarismo se diferencia do lulopetismo no tema democracia x fascismo? Que eu saiba, só nas cores.

Os ataques à imprensa continuam vigorosos e financiados pelo governo de turno. Agressões físicas e verbais são tão ou mais comuns que antes. A intolerância e a mentira seguem como combustível para a cisão da sociedade entre nós x eles. E até a forma de governo, amparada em políticas assistenciais, distribuição de cargos e verbas, conluio com tradicionais coronéis políticos e ataques institucionais se assemelham.

Comparem os discursos mais raivosos de proeminentes petistas como José Dirceu, Lula e Gleisi Hoffmann, dentre outros, com os de bolsonaristas-raiz, como o deputado preso nesta semana e outros da espécie: ataques à imprensa, ruptura democrática, apologia a violência, destruição da ordem democrática, incentivo à cisão da sociedade. Nada mais fascistóide que degradação da sociedade e ruptura civil sob a égide do mito salvador.

No final do dia, acabamos trocando o proto ditador fascista e corrupto e lavador de dinheiro, Lula da Silva, por outro proto ditador fascista e parceiro de milicianos, Jair Bolsonaro. E de quebra, ganhamos uma nova cepa de devotos fascistoides; os bolsominions. Agora, os tais dos petralhas já têm companhia à altura. É uma pena não ser possível colocá-los todos, no mesmo espaço e tempo, para se entenderem conforme suas regras.