‘Não há condições para propor passaporte de vacinação’, diz OMS

BRUXELAS, 15 MAR (ANSA) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira (15) que, no momento, não há recomendação sobre o uso de passaportes de vacinação para viagens internacionais.   

O anúncio foi feito após a exigência de vacinação contra o novo coronavírus Sars-CoV-2 ter sido cogitada mundo afora por destinos e companhias. A medida, no entanto, tem levantado considerações éticas, já que o imunizante não está facilmente disponível para todos os países e indivíduos. “Atualmente não há recomendação sanitária internacional sobre o uso de passaporte de vacinação para viagens internacionais, nem há condições para propô-lo”, afirmou Katherine O’Brien, diretora do departamento de imunização da OMS, em uma audiência no Parlamento Europeu.   

A especialista especificou que a OMS é a favor dos passes eletrônicos “para indivíduos”, mas em nível internacional “não há condições” para sugeri-los porque “faltam evidências sobre o quanto as vacinas protegem” e surgem problemas “para viagens, tendo em vista que, para o momento, as doses são administradas apenas a pessoas vulneráveis”.   

Nos últimos dias, as autoridades da União Europeia informaram que vão apresentar no próximo dia 17 de março um projeto para a criação do “Digital Green Pass” para a Covid-19, um certificado de saúde com o objetivo de facilitar viagens dentro do bloco europeu antes das férias de verão.   

A medida foi anunciada pelo comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton.   

De acordo com a imprensa francesa, o documento eletrônico ou impresso contará com dados sobre se o indivíduo “foi vacinado contra a Covid-19, se já recuperou [de uma infecção], ou se teve resultado negativo no teste”.   

A iniciativa já havia sido apresentada no início de março pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a qual garantiu que o certificado “respeitará a proteção de dados, segurança e privacidade” dos cidadãos.   

Atualmente, a China já tem um certificado digital com dados de exame e vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2, assim como Israel. (ANSA)