A Menina que Matou os Pais – A Confissão”, terceiro filme sobre o assassinato do casal von Richthofen, estreia nesta sexta-feira, 27, no Prime Video. A trama, que aborda a investigação do caso, foi ainda mais desafiadora para o elenco, que voltou ao set após quase quatro anos das gravações dos títulos anteriores.

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Foi a primeira oportunidade que eu tive de retomar um personagem. A gente mesmo, enquanto pessoa, muda muito, amadurece muito, então existe essa desconfiança de como retomar essa energia. Mas já no nosso primeiro encontro de preparação para este terceiro filme a gente já se entendeu no olhar”, comenta Leonardo Bittencourt, intérprete de Daniel Cravinhos.

Viver e reviver personagens reais são os principais desafios pontuados pelo elenco. Allan Souza Lima, que faz o papel de Cristian Cravinhos, diz existir julgamento por títulos true crime (crime real). 

Não foi o cinema que inventou o crime. […] Eu me senti um pouco na berlinda inicialmente. Mas o que me interessou de fato é entender a humana do personagem, isso que me interessa como pesquisador, como ator. Então acho que o maior desafio foi entender psicologicamente o que leva uma pessoa [a cometer um crime], desde o primeiro pensamento até a execução”, reflete Allan.

Cena de ‘A Menina que Matou os Pais – A Confissão’ (Crédito:Divulgação/Prime Video)

Os atores destacam que manter o distanciamento do caso foi fundamental. Para Carla Diaz, que interpreta Suzane Von Richthofen, a atitude afasta julgamentos e garante veracidade à atuação. Leonardo complementa que a decisão também é um ato autocuidado: “A partir do momento que você se distancia, você limita os seus horários de trabalho para emprestar essa energia e contar essa história. O resto do tempo a gente tinha um clima de muito afeto entre nós do elenco. A gente precisava ter esse cuidado uns com os outros, justamente porque se trata de uma história que é pesada, mas não necessariamente a gente precisa trazer isso pra nossa vida”.

Contudo, a forma de lidar fora das gravações é particular. Allan, por exemplo, diz “levar o personagem para casa” para “viver o processo”. Entretanto, considera necessário manter a “terapia em paralelo, para ter um equilíbrio”. “Muita gente julga falando que tem uma preparação de elenco. Nós atores trabalhamos com emoções, tem gente que caminha muito mais pela técnica, tem gente que caminha muito mais pelo trabalho da imersão, tem várias linhas de trabalho”, pontua.

Ser fiel à história é fundamental, entretanto, interpretar personagens reais requer cuidado extra para manter a licença poética de criação dos artistas. Allan justifica que “ninguém sabe como era a relação interna” dos envolvidos, visto que o conhecimento público se limita ao fato. Desse modo, o ator classifica como um “trabalho inverso proporcional”, que começa estudando a técnica, os autos do processo, para depois iniciar a criação.

“É uma história chocante, que ainda é muito falada no nosso país, foi muito estarrecedor e eu acho que a arte vem para causar essa reflexão mesmo, não só para contar a histórias boas, mas para contar qualquer tipo de história”, completa Carla Diaz.

Barbara Colen se une ao elenco

Atriz Barbara Colen está no elenco de ‘A Menina que Matou os Pais – A Confissão’ (Crédito:Divulgação/Prime Video)

Este terceiro traz a atriz Barbara Colen como a delegada Helena, uma das personagens fundamentais para desfecho do caso. Para iniciar no projeto, a artista contou com o apoio dos “veteranos de elenco”. “Já era um trio muito consolidado, tinha uma conexão. Quando eu cheguei para a preparação já existia esse trio real e fictício. Eles já tinham muito domínio dos personagens, já estavam muito dentro da coisa, então acho que isso me facilitou chegar”, comenta. 

Embora o filme se mantenha fiel ao caso, inclusive em trechos julgados absurdos, Barbara teve liberdade para improvisar nas cenas de interrogatórios dos personagens. Segundo ela, isso ajudou a dar profundidade e a proporcionar ainda mais emoção.

“Os estados, o jogo, eram vivos, então eram por improvisação. E aí, era entender com cada um o que funcionava, porque eu precisava chegar num estado real de pressão em cada um deles. A gente não podia simplesmente fingir. A coisa tinha que existir, eu tinha que chegar e disparar neles algum tipo de gatilho que fosse gerar essa pressão interna, não podia ser só no joguinho”, detalha a atriz.

“A Menina que Matou os Pais – A Confissão” é baseado nos autos do processo que terminou com a condenação de Suzane Von Richthofen e dos irmãos Cravinhos pela morte do casal von Richthofen. Diante disso, Carla destaca que nenhum dos envolvidos no caso teve contato com a produção, atores e demais membros da equipe do filme. A obra também não gera lucro aos envolvidos no caso

Com direção de Mauricio Eça, o filme tem roteiro de Ilana Casoy e Raphael Montes. O elenco é composto por Carla Diaz, Leonardo Bittencourt, Allan Souza Lima, Barbara Colen, Kauan Ceglio, Arthur Kohl, Che Moais, Adriano Bolshi, Augusto Madeira, Débora Duboc, Daniel Alvim, Gabi Lopes, entre outros. A produção é da Santa Rita Filmes em coprodução com a Galeria Distribuidora e o Grupo Telefilms.