‘Não falar, pode matar’, confessa Samuel Umtiti sobre sua depressão

“Não falar, pode matar”, reconhece Samuel Umtiti, campeão do mundo pela França em 2018, que se abriu sobre sua depressão em um documentário sobre a saúde mental dos jovens que será exibido em salas de cinema em Paris em dezembro.

“A solidão é algo muito forte, que realmente pode matar uma pessoa. Não falar, pode matar. Foi o que aconteceu comigo durante meses e meses. Eu tinha a impressão de estar sem estar”, lembra o autor do gol da vitória francesa sobre a Bélgica (1 a 0) na semifinal do Mundial de 2018.

Depois de ter forçado demais o joelho para conseguir o título na Rússia, Umtiti sofreu uma lesão que o abalou psicologicamente.

“Estava totalmente em uma depressão, sem conseguir juntar as palavras. Todo mundo pensava que eu era feliz porque ganhava dinheiro, mas o que me interessava era o aspecto humano e jogar futebol, e eu não tinha nem um, nem outro”, explicou.

O zagueiro deu seu depoimento ao documentário “Têtes plongeantes: faire équipe pour la santé mentale” (“Cabisbaixos: trabalho em equipe pela saúde mental”, em tradução livre), dirigido por Lenny Grossman, que será exibido no dia 2 de dezembro em vários canais no YouTube, além de salas de cinema em Paris e outras cidades francesas.

Em 56 minutos, depoimentos emocionantes de adolescentes, alguns deles após tentativas de suicídio, são intercalados com palavras de estrelas do futebol.

O ex-jogador do Real Madrid Raphaël Varane também confessa no filme que atravessava uma depressão quando assinou com o clube espanhol aos 18 anos.

Outros jogadores franceses campeões do mundo, que fundaram a organização beneficente Genération 2018, como Olivier Giroud, Blaise Matuidi e Djibril Sidibé, também aparecem no documentário.

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