25/01/2023 - 12:25
Giovanna Ewbank fez um desabafo sobre o filho Bless, de 8 anos, que tem uma síndrome sensorial e explicou, aos prantos, que se sentiu culpada ao saber.
“Poderia pensar que era frescura o resto da vida se não olhasse diretamente para o meu filho”, desabafou ela, sobre ter sentido culpa antes do diagnóstico de Transtorno de Processamento Sensorial (TPS).
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A pedido da IstoÉ, o psicólogo Alexander Bez listou alguns detalhes sobre o tema.
O que é Transtorno de Processamento Sensorial (TPS)?
Está relacionado à dificuldade do cérebro em processar os estímulos externos e os estímulos ambientais. É um transtorno próprio, mas que, muitas vezes, pode ou não ter associação com o TEA (Autismo). É um espectro de origem neurológica, mas abrange a esfera neuropsicológica.
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Quais são os sinais?
Afeta a parte dos sentidos, tanto na esfera da hipossensibilidade quanto na esfera da hiperssensibilidade.
Principais sintomas
Sentir o ambiente de uma maneira através da sensibilidade. A hipossensibilidade é muito confundida com um possível TDAH pelas inquietações, pois a criança com TPS faz muito esforço para reconhecer os estímulos da ambientação, agitando-se muito por frio, calor, luzes, cores e etc.
A hiperssensibilidade já é moldada pelo extremo desconforto que a criança com TPS sente ao processar os estímulos sensoriais. As luzes se tornam mais brilhantes e a temperatura mais forte, sons mais intensos e o tato com mais sentido, podendo, muitas vezes, ser complicado para os pais entenderem essas questões, achando que, realmente, é uma frescura.
Intolerâncias e dificuldades são anotadas nos dois extremos. Tudo é relativo, até mesmo no alimento, por cores e cheiros. Entretanto, não há bipolaridade na sintomatologia; ou a criança tem hiposensibilidade ou hiperssensibilidade.
Nas duas formas, há transtornos psicológicos e emocionais envolvidos, caracterizando-a também como uma “síndrome de conotação neuropsicológica”.
Como tratar?
Por ser de origem genética (congênita), não falamos em cura, mas em tratamento para melhorar as interações e o convívio diário, associado psiquiatricamente, neurologicamente e psicologicamente.
Ainda segundo Telma Abrahão, biomédica especialista em neurociência do desenvolvimento infantil e idealizadora da Educação Neuroconsciente, o diagnóstico do Transtorno do Processamento Sensorial em crianças é muito importante, pois traz uma grande compreensão sobre o comportamento infantil para os pais.
“Sem o diagnóstico, os pais ou cuidadores tendem a achar que a criança é ‘mimizenta’, ‘fresca’ ou ‘mimada’, quando, na verdade, ela sofre com os diferentes estímulos sensoriais e sensações que o ambiente, os alimentos ou os tecidos das roupas podem causar nela. Isso impacta negativamente relacionamentos e o comportamento da criança que fica irritadiça e pode explodir com mais facilidade”, comenta a biomédica.
De acordo com ela, crianças com Transtornos de Processamento Sensorial não diagnosticadas tendem a ser mal interpretadas e até castigadas por seus pais, o que acaba criando traumas e piorando a situação.
“O tratamento com terapeuta ocupacional é recomendando e muito importante para que a criança tenha uma boa qualidade de vida durante a infância e supere o transtorno”, finaliza.
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