18/08/2020 - 8:51
O humorista Marcelo Adnet afirmou na noite desta segunda-feira (17) que se considera de esquerda. Durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, Adnet afirmou ainda que “não é comunista”.
“Me considero de esquerda, sem dúvida. Me considero progressista, mas não comunista. A palavra comunista ganhou um novo significado, mas o comunismo que eu conheço, da União Soviética, não. Não sou comunista, nem nunca fui. Mas de esquerda, sim”, afirmou.
De acordo com Adnet, ele se considera de esquerda devido ao tamanho da desigualdade no Brasil. “É óbvio, você tem que ser de esquerda no Brasil. Como vou morar no Brasil e não ser de esquerda? Acho muito complicado. Temos diferenças muito abissais. As políticas progressistas no Brasil são a única forma que faz sentido para diminuir as diferenças abissais, em vez de largar a mão”, afirmou.
“Sou sem rótulos, não sou nem esquerda, nem direita, eu sou para frente. Sou Marcelo Adnet. Mentira! Eu me considero de esquerda, sem dúvida, me considero progressista. […] Não sou comunista nem nunca fui, mas de esquerda, sim." @MarceloAdnet, no #RodaViva.#AdnetNoRodaViva pic.twitter.com/7R4lEVC3ni
— Roda Viva (@rodaviva) August 18, 2020
Em outro momento, Adnet foi confrontado pelo jornalista e apresentador Marcelo Tas que afirmou não existir humoristas em países comunistas. “Quando você fala que é de esquerda, você nunca reparou que em Cuba não existe humorista? Ou na China não existe humorista”, questionou Tas.
“Acho que ser de esquerda não tem nada a ver com China, Cuba ou Coreia do Norte, isso é comunismo. Nós temos que separar o que é ser progressista e o que é ser um comunista”, rebateu Adnet.
Confira a resposta de @MarceloAdnet à pergunta de @MarceloTas sobre sua posição como um humorista de esquerda. #RodaViva #AdnetNoRodaViva pic.twitter.com/xFif6aYyUx
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O humorista também fez críticas ao modo que a esquerda se comunica. “O lado governista atualmente tem uma forma de comunicação muito breve, é em meme, uma frase, um chora mais. Enquanto a esquerda é muito mais psicologizada, falando de uma maneira foucaultiana, o fascismo moderno… E todo esse discurso acadêmico da esquerda, que eu tenho também, acaba afastando a população, porque não comunica, ele é chato.”
“O discurso acadêmico da esquerda, que eu tenho também, afasta a maioria da população porque não comunica, é pesado, são palavras complicadas. Por mais que seu discurso esteja certo, a mensagem que você passa é: ‘esse cara não fala a minha língua’.” @MarceloAdnet, no #RodaViva. pic.twitter.com/W9fe9lArAr
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