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Sergio Lima/Folhapress

A norte-americana Diebold é o grande problema que o ministro Gilmar Mendes encontrou no TSE, onde assumiu a presidência na quinta-feira 12. Maior fornecedora de equipamentos do tribunal, a multinacional venceu licitação para fabricar 100 mil urnas destinadas às eleições, negócio da ordem de R$ 200 milhões. A primeira entrega era para o dia 2, de 3 mil unidades/dia. Como nada ocorreu, o atraso soma 30 mil. A Diebold promete o primeiro lote para o dia 18. No conturbado cenário político do País só faltava essa.

Congresso
Senado X Câmara
Um grupo de senadores chiava na quarta-feira 11 devido o ministério Temer ter privilegiado mais a Câmara dos Deputados do que o Congresso. Especulava-se que a razão seria o fato dele ter feito muitas promessas a Casa para alavancar o impeachment. Um dos mais irritados era Renan Calheiros. O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, disputa espaço político com o senador e seu filho em Alagoas, Estado pelo qual se elegeu.

Governo
Volta ao século XIX?
A idéia do presidente interino Michel Temer, de usar a frase inscrita na bandeira brasileira (ordem e progresso) como lema de seu governo não é original. Este foi o mote utilizado pelo ditador Porfírio Diaz, que governou o México com mão de ferro entre 1876 e 1911.  A frase é inspirada nas ideias de Augusto Comte, figura principal do movimento positivista, surgido na França na segunda metade do século XIX, em oposição ao marxismo alemão.

Bancos
Portas cerradas
Obrigado a realizar um fit frente à sua nova realidade, o BTG Pactual não apenas se desfaz de boa parte dos ativos que possui, como a rede varejista Leader. Também estreita o campo de atuação. Fechou o escritório que mantinha em Hong Kong, aberto para atrair os milhões de dólares dos poderosos capitalistas da Ásia.

Impeachment
Prato frio

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ALEX SILVA /ESTADÃO

O almoço mensal do Instituto dos Advogados de São Paulo na semana passada tinha como palestrante Dalmo de Abreu Dallari. Vale lembrar que ele encabeçou a lista de juristas contra o impeachment. Ao que parece, a freqüência no Hotel Intercontinental anteviu o que Senado decidiria dias depois. O conferencista não deu um pio sobre o impeachment. Preferiu centrar a fala na solidez das instituições brasileiras. No encontro anterior, com Miguel Reali Jr, a audiência bombou.

Negócios
Sob nova direção
O diretor da FGV Projetos, Cesar Cunha Campos, vai a Nova  Iorque com a missão de debelar a percepção da crise econômica brasileira e apresentar um cenário de oportunidades para investimentos no País. Campos cercou-se de três pesos pesados:  Armínio Fraga, Carlos Langoni e Octavio de Barros. Para o evento nesta segunda-feira 16, no Harvard Club, não há mais vagas.

Finanças
O retorno

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Crédito: Cris Faga/Fox Press Photo/Folhapress

O empresário Daniel Birmann, que vive discretamente na Zona Sul do RJ, vai abandonar a aposentadoria. Ele havia encerrado todos os seus negócios no Brasil e agora está carreando o equivalente a R$ 1 bilhão com investidores internacionais para aportes em concessões de infraestrutura. Daniel tem uma trajetória marcada por controvérsias, como a maior multa da CVM, já prescrita, no valor de R$ 280 milhões.

Tecnologia
Duas em um

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Crédito: Ze Carlos Barretta/Folhapress PODER

No comando do Ministério da Fazenda, Henrique Meirelles planeja fundir as duas empresas de processamento de dados do governo – Serpro e Dataprev. Elas têm funções específicas, mas com quadro  de pessoal único haverá melhor distribuição dos técnicos em tecnologia da informação e o mínimo de pessoal na área meio, sem necessidade de novos concursos, que aumentam as despesas públicas.

OEA 1
Pressão em Washington

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Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Graças à Dilma Rousseff, a ex-ministra Ideli Salvatti virou em 2015 assessora do secretário-geral da OEA, Luis Almagro. Nos EUA embolsa cerca de US$ 150 mil por ano, livres de impostos. A petista conseguiu que o marido (o segundo tenente músico Jefferson Figueiredo) virasse representante do Brasil na Junta Interamericana de Defesa – salário anual da ordem de US$ 90 mil. Michel Temer pode demiti-lo quando quiser. Já com Ideli, a decisão depende de pressão do Brasil sobre Almagro. Aliás, muita gente vê digitais da Ideli no recente comunicado da OEA, sobre não haver base legal no possível impeachment da presidente.

OEA 2
Patriotada
Michel Temer não gosta de Ideli Salvatti. A situação entre os dois desandou em 2011. No Palácio do Planalto, o vice recomendou a então ministra o nome do desembargador estadual Carlos Teixeira Leite, de São Paulo, para vaga em aberto no STJ. Ideli ouviu atentamente. Nos bastidores trabalhou por seu conterrâneo Marco Buzzi (SC) – nomeado por Dilma Rousseff.

Serviço público
Último lance
Dilma Rousseff teve premunição antes de deixar o Planalto. Nomeou o advogado Luis Navarro para a Comissão de Ética da Presidência da República. Ele foi um dos técnicos que estruturou a Advocacia Geral da União. As sete cadeiras do colegiado agora têm dono. A vaga estava aberta desde setembro. Na quinta-feira 12 em que o DOU publicou o ato, a CEP recebeu 27 consultas de ex-ocupantes de cargos de confiança, número recorde.

Infraestrutura
Alvo certo
Os Sarney estão amolando a faca. Inimigos de carteirinha do governador maranhense Flávio Dino, uma das primeiras reivindicações ao presidente interino Michel Temer é para federalizar o Porto de Itaqui. Se vão ser atendidos é outra história, mas a intenção é atingir Dino. Desde 2001 a área está sob a gestão da Empresa Maranhense de Administração Portuária. O Porto de Itaqui, juntamente com os terminais privados da Vale e da Alumar, integram o segundo maior complexo do gênero do País em movimentação de cargas e está entre os dez maiores do mundo

Infraestrutura
Alvo certo
Os Sarney estão amolando a faca. Inimigos de carteirinha do governador maranhense Flávio Dino, uma das primeiras reivindicações ao presidente interino Michel Temer é para federalizar o Porto de Itaqui. Se vão ser atendidos é outra história, mas a intenção é atingir Dino. Desde 2001 a área está sob a gestão da Empresa Maranhense de Administração Portuária. O Porto de Itaqui, juntamente com os terminais privados da Vale e da Alumar, integram o segundo maior complexo do gênero do País em movimentação de cargas e está entre os dez maiores do mundo

PT
Questão de poder
Declaração de um senador que votou contra o impeachment de Dilma Rousseff, na quinta-feira 12, ao assistir Dilma Rousseff discursar para uma platéia de petistas em frente ao Palácio do Planalto. “Agora que trocou a caneta pelo baton, acho muito difícil ela voltar”.

Avaliação
Sem bandeira

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Crédito: ROBERTO CASTRO

O PT terá dificuldades nas eleições para prefeito. Quem diz é Ricardo Guedes do instituto Sensus. “O partido apresenta rejeição superior a 50% no total do eleitorado,”. A queda do PIB em 4%, o fechamento de mais de 100 mil empresas e o desemprego atingindo 11 milhões de pessoas são pá de cal no discurso da legenda. Segundo Guedes, a Lava a Jato repercute sobre o PT, assim como ficou sem nexo a ideia de “golpe”, desmentida pelas decisões do STF ao processo de impeachment.