Pois é, né? Nada como um dia após o outro. Em 2003, Lula deu um passa-moleque em Fernando Henrique, reuniu em um só programa assistencial todos aqueles anteriormente criados por FHC, como vale-leite, vale-gás, bolsa educação etc., e o rebatizou de Bolsa Família, verdadeiro objeto de chantagem eleitoral petista por três eleições seguidas.

Estou criticando o programa? Absolutamente. Ainda que o considere falho em muitos aspectos, e ainda que critique a ausência de contrapartidas que havia no governo FHC, considero o programa não apenas fundamental, mas, sobretudo, humanitário. Quem conhece a realidade dos sertões nordestinos e do norte de Minas e grande parte da região norte do Brasil, há de concordar comigo.

Contudo, é inegável que o lulopetismo transformou o Bolsa Família em ativo eleitoral. Pior. O transformou em terrorismo eleitoral, já que de forma abjeta e mentirosa espalhava boatos, a cada eleição, de que o programa seria cancelado caso a (sua) oposição vencesse. Quem não se lembra da propaganda política do PT em que um prato de comida simplesmente desaparecia diante do olhar faminto de uma pessoa pobre?

Eis que surge, neste ano da Graça de 2020, o famigerado novo coronavírus, e espalha suas coroas infecciosas pelo planeta dizimando seres humanos e economias inteiras. E aqui no Brasil, como não poderia ser diferente, transformou saúde em guerra, morte em estatística e cloroquina em aposta, e abriu espaço para toda sorte de proselitismo político e oportunidade eleitoreira.

O governo vem distribuindo o chamado corona voucher a dezenas de milhões de necessitados (e, infelizmente, a trambiqueiros também), no valor de R$ 600 mensais, em princípio, por três meses. Tal valor foi imposto pelo Congresso Nacional, já que Paulo Guedes defendia uma ajuda de apenas R$ 200. Diante da calamidade pública vigente, por causa do descontrole da Covid-19, é imperiosa a prorrogação deste auxílio. Mas de quanto: R$ 600, R$ 400, R$ 200?

Ao que parece e tudo indica, governo e Congresso irão se acertar em mais três meses de ajuda, em valores escalonados. E mais: o governo pretende “turbinar” o Bolsa Família, mas não sem antes mudar seu nome para Renda Brasil. Com isso, conforme vêm apregoando alguns ministros, o governo Bolsonaro irá distribuir, apenas este ano, mais da metade (cerca de 53%) de todas as transferências do Bolsa Família desde seu início.

Com uma só cajadada bilionária, Jair Bolsonaro matará dois coelhos: freará sua crescente impopularidade e, principalmente, apagará da história o único ativo (ainda que roubado) eleitoral que restou ao PT. Em alguns anos, o Bolsa Família fará parte apenas de uma vaga lembrança mofada, tal qual seu criador, o duplamente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula da Silva.

Tudo o mais constante, se até 2022 não surgir outra liderança que faça frente aos extremos que hoje nos emperram – e enterram! – Bolsonaro e seu “Renda Mínima” golearão o PT por 7×1. Gol da Alemanha!