O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi o entrevistado da live de ISTOÉ na sexta-feira, 26. Na conversa com o diretor de redação Germano de Oliveira, ele falou sobre a pandemia do novo coronavírus, disse como vem enfrentando a crise sanitária no estado, que tem triplicado os casos de Covid-19 nas últimas semanas e analisou também a crise fiscal e até o recente problema de ter as terras gaúchas invadidas por uma nuvem de gafanhotos.

“Nunca imaginei que encararia tanta crise de uma só vez”, disse.

“Conseguimos manter a transmissão numa velocidade menor e um menor número de óbito. Nosso governo elaborou uma matriz de riscos que mapeou, ao todo, 44 pontos de atenção. Eles foram divididos em diferentes indicadores para conhecermos qual o impacto real que pode ser causado e como podemos nos antecipar a eles”, afirmou o governador, ao esclarecer como pretende reabrir a atividade comercial. Segundo ele, está sendo empregada uma estratégia mista, modulada e pactuada com a sociedade.

Para ele, o governo gaúcho adotou o conceito de distanciamento controlado, o que não significa flexibilização aleatória do isolamento social, tampouco retorno à normalidade.

“Não existe oposição entre retomada da economia e segurança à vida humana. Se o nível de transmissão de uma região é menor, podemos adotar uma liberação controlada do isolamento com monitoramento intensivo dessa região”, explicou o governador.

Leite criticou o papel da União na crise sanitária apesar de avaliar que sua gestão tem uma relação adequada com o Ministério da Economia: “Faltou uma proposta do Governo Federal, um esforço de coordenação”, disse. “Se desperdiça muita energia”, considerou.

Eduardo iniciou sua carreira política no movimento estudantil, elegeu-se vereador, prefeito de Pelotas e governador do Rio Grande do Sul no segundo turno com 53% dos votos válidos, tornando-se um dos governantes mais jovens da história do estado.

Com 35 anos, o governador é contra o impeachment de Jair Bolsonaro  (sem partido), mas cobra investigações.

“Meu papel não é ser oposição ao presidente”, mas reconhece que Bolsonaro tem dito muitas frases “infelizes”.

“Bolsonaro é um servidor público que tem que servir à Constituição”. Eduardo Leite não entra em bola dividida, mas avalia que “a democracia brasileira está arranhada e ela deve ser a regra do jogo”.

O governador não escondeu sonhos maiores e não nega ser o candidato do PSDB à presidência da República. “Não descarto a possibilidade de aceitar a indicação para presidência”, avalia.