O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afastou a possibilidade de Jair Bolsonaro (PL) ser preso antes dos indícios de seu envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, apurados pela corporação, serem analisados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
“A prisão não depende do desejo, da vontade ou do imaginário das pessoas, e nem de pressão política. Depende de requisitos legais, que estão no Código de Processo Penal e no Código Penal, e que são determinados por decisões judiciais”, disse em entrevista ao programa Roda Vida, na segunda-feira, 27.
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“Salvo em situações de flagrante, a Polícia Federal cumpre mandados de prisão expedidos pelo Poder Judiciário“, acrescentou Rodrigues. “Se estiverem presentes [no pedido] os pressupostos de uma medida cautelar, o policial federal não tem a opção de ignorar a lei”, concluiu.
Indiciado pela trama golpista, o ex-presidente já foi submetido a medidas cautelares determinadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e cumpridas por policiais federais, como a apreensão de seu passaporte e a proibição de se comunicar com outros investigados no caso.
Em entrevista ao site IstoÉ, o advogado Marco Aurélio de Carvalho afirmou haver elementos na investigação que justificam um pedido de prisão preventiva, que pode partir da própria PF. Para o diretor-geral da corporação, a medida depende de uma decisão judicial.