Um dia depois de sair o resultado da sentença de um processo por injúria, movido pela deputada Maria do Rosário contra o humorista Danilo Gentili que o condenou a seis meses e 28 dias de prisão no regime semiaberto, ela disse em entrevista ao Universa, que não celebrou a sentença. “Não comemoro a desgraça de ninguém, não pedi a prisão. Isso foi decisão da juíza, mas nem acho que vai ocorrer”, disse. “Uma sentença de seis meses no semiaberto geralmente é transformada em outra coisa. Mas isso não me importa, nem me diz respeito. O que me importa e o que celebro, é a justiça.”

Rosário fez questão de deixar claro que é a favor da liberdade completa de expressão. “Sou totalmente a favor da crítica política, de toda crítica social, cada um pode falar o que quiser. Se quiserem criticar minhas ideias políticas, sintam-se a vontade. Eu luto pela liberdade de expressão. O que não posso tolerar é a liberdade de ataque, de agressão e a pregação do ódio. Isso tem que ser combatido em todos os espaços.”

A deputada tem processos contra o humorista que correm desde 2016. O primeiro foi por causa de um tuíte em que ele dizia: “Quem encontrar a Maria do Rosário pode bater e cuspir nela que está liberado.”

“Quando li esse tuíte, me senti agredida, ele não só estava me agredindo como estava propondo que qualquer pessoa que me encontrasse na rua me desse um soco. Isso é uma coisa perigosa. Olha o país em que estamos vivendo. Uma pessoa já foi morta [ela se refere a Marielle Franco]”.

Quis explicar para ele que isso era perigoso, que ele podia acabar sendo responsável por um ato que nem era objetivo dele.”

No dia seguinte ao resultado da sentença, ela afirma que até setores progressistas estão fazendo uma confusão entre liberdade de expressão e incitação à violência.

“Meu objetivo não era de censura. Era contra os ataques de ódio, contra a violência. O humor não deve ser censurado, nem é. Você pode ver: Jô Soares, Chico Anísio e outros humoristas fazem essas coisas? Atacam as pessoas? Não. Eles fazem humor, um humor que pode até ser discutido, mas não agride.”

“Eu espero que a condenação de Gentili seja educativa e possa mostrar para as pessoas que precisamos nos tratar com respeito e delicadeza, tanto nas redes sociais, no parlamento, como na vida em geral”.