O governo Lula, isso é fato – e história! – optou por privilegiar as políticas sociais de curto prazo, sempre com cunho eleitoral e eleitoreiro, e jamais apostou em políticas de médio e longo prazos, sobretudo em reformas estruturantes necessárias, como a fiscal, tributária e administrativa (não fez nenhuma), e gastou o que tinha e não tinha como se não houvesse amanhã.

O resultado é mais do que conhecido por todos: o meliante de São Bernardo arrebentou com os pobres, deixando um rastro de endividamento e inadimplência, que culminou na hecatombe socioeconômica dos três anos de recessão de Dilma Rousseff (o maior período recessivo de um país em não-guerra), para, em seguida, atirar o Brasil nas mãos do traste que aí está.

A cleptocracia lulopetista, em conjunto com a destruição macroeconômica do País, obrigou Michel Temer a criar e aprovar o chamado ‘Teto de Gastos’, um mecanismo que desarmou a bomba de todas as bombas fiscais, programada para explodir em breve – à época. Grosso modo falando, é um mecanismo que limita os gastos do governo e os atrela à arrecadação de impostos.

LULA LÁ OUTRA VEZ?

Com a promessa reiterada de – se eleito – pôr fim à medida, o líder do petrolão e mensalão antecipa a mais nova tentativa de destruição de Banânia – ou do que sobrar após o devoto da cloroquina. O teto de gastos impede, sobretudo, o aumento dos juros e da inflação, que penaliza sobremaneira os mais pobres, justamente quem o PT jura defender, e faz a alegria dos banqueiros.

O caos produzido pelo desgoverno aloprado-golpista-homicida de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, precisa, por óbvio, ser minimizado para classes sociais mais baixas, e políticas sociais são e sempre serão muito bem-vindas. Porém, há como caminhar neste sentido com cuidado e responsabilidade, principalmente mirando o longo prazo, ou seja, esquecendo a eleição seguinte.

É certo e garantido o desinteresse de 99.99% dos governantes, em políticas planejadas e duradouras; não importa o setor. E os poucos que tentam são bombardeados pelos políticos em geral, principalmente os opositores e candidatos de ocasião. Como há eleições de dois em dois anos nessa joça de País, e como oposição política é guerra, o populismo eleitoral impera e nos afunda ainda mais.

O CASO MINAS GERAIS

Um exemplo atual é o ataque que sofreu o governador mineiro Romeu Zema (NOVO), que herdou do PT, de Fernando Pimentel, um estado completamente quebrado e inadimplente, e hoje consegue pagar os salários em dia. Seu principal rival, Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, notório pela autocracia e populismo, disse que ‘pagar salários em dia não é proposta de governo’.

Ora, se o funcionalismo público estadual está a serviço da população mineira, como pode não ser ‘proposta de governo’ pagar servidores em dia? Como prestar serviços adequados de saúde, segurança, educação, etc., sem permitir que os próprios trabalhadores tenham dinheiro para pagar comida, moradia, transporte e tudo mais? É tão ilógico que chega a ser estupefaciente.

Ocorre que, entre manter suas folhas de pagamento e contas em dia, com um orçamento equilibrado e duradouro, a maioria dos políticos e governantes prefere o caminho fácil do populismo e endividamento, que inevitavelmente irá estourar no colo do sucessor – como Lula fez com Dilma e como Bolsonaro irá fazer com Lula (ou consigo mesmo). Aliás, foi o que fez Kalil no Galo.

Teto de Gastos, como qualquer política de responsabilidade fiscal, costuma ser impopular e trazer aperto em curto e até médio prazos. Porém, como não inventaram ‘almoço grátis, é a única forma correta – e justa com a população – de administração pública, pois evita o ciclo perverso de ‘dar com uma mão (aumento de salário e irresponsabilidade fiscal) e tirar com a outra (inflação e juros).