Muitos conhecem Drew Barrymore por Como Se Fosse a Primeira Vez, Pânico, e por sua participação como atriz mirim em E.T. – O extraterrestre, mas poucos sabem de sua infância e adolescência conturbada. A atriz, de 48 anos, contou, em entrevista para a US Weekly, como se reinventou diante do vício em álcool, a emancipação dos pais, e as decepções amorosas dos três casamentos – dois deles finalizados aos 20 anos.

“Dizer que você está bem quando não está – ‘estar bem’ pode ser um código para ‘não vou te incomodar’”, explicou a atriz ao falar sobre a necessidade de ser uma pessoa mais sincera.

A atriz contou sobre o vício em álcool que adquiriu durante a infância: “Comecei a beber quando tinha uns 9 anos. E aí um dia eu só pensei ‘eu nunca mais vou fazer isso’. Mas eu levei 35 anos para chegar a esse lugar”, disse.

Ela falou ainda sobre a dificuldade que enfrentou ao ter de driblar o processo de recuperação sem que isso prejudicasse a sua carreira: “Nem tudo se encaixou. Eu tive que ir ao trabalho e começar a aprender como me reerguer, além de tentar entender o porquê de estar bebendo daquela maneira”

Drew começou a carreira de atriz aos 11 meses de idade, em um comercial para comida de cachorro. Internada aos 13 anos, após crise depressiva, a atriz já era viciada em drogas e álcool. A relação com os adultos era violenta também, em especial com o pai, John Drew Barrymore, também ator, que a atriz confirmou ser alcoólatra e violento, e com a mãe, Jaid, sua empresária.

Depois do divórcio dos pais, quando Drew tinha 9 anos, a mãe a levou à agência Studio 54, onde o vício da menina foi encorajado, além da perturbada relação com homens mais velhos.

A atual apresentadora de Drew Barrymore Show teve uma infância incomum. Aos 12 anos, Drew frequentou pela primeira vez a reabilitação por vício em drogas e álcool, sendo tratada novamente pelo mesmo motivo aos 13, e adentrando em clínica para tratamento de doenças mentais na mesma época.

Foi na clínica que veio a sugestão de se emancipar dos pais, conta ela em entrevista ao The Guardian. “Nos separamos depois disso (Drew e a mãe). Eu me tornei legalmente uma adulta”. Mesmo assim, a atriz comenta que não tem certeza se foi realmente explorada pelos pais: “Não sei. Talvez. Eu penso que talvez minha mãe estivesse [tentando me explorar], mas meu pai só estava ‘indisponível’”.

Nas entrelinhas da jornada adolescente de Drew, ela conta como ganhou inspiração para virar sua jornada: “Eu sempre tive essa narrativa de ‘garota má’. Eu achava que merecia coisas ruins. Mas agora estou criando duas garotas, e não posso mais fazer isso comigo mesma. É meio como a bebida – eu vou aos poucos, dizendo, ‘Não posso carregar mais isso. Isso não é bom para mim”.

Drew tem duas filhas com o ex-marido Will Kopelman, Olive e Frankie, de 11 e 9 anos, respectivamente.

Ela finaliza a entrevista comentando sobre a relação que tem consigo mesma, e dizendo que aprendeu a se perdoar: “Eu tive boas relações. Eu amei meu passado maluco. E foi divertido. Eu não me sinto culpada, e não fico brava comigo mesma por isso”.