“A vida é trânsito, é dia útil, não é domingo” — parafraseando Nelson Rodrigues, Nany People mostrou a sua melhor versão no quadro “IstoÉ Gente como a Gente” — projeto do site IstoÉ Gente, que aborda o lado pessoal e espontâneo de personalidades brasileiras —, desta semana.
Bem-humorada, sincerona, desenvolta e reflexiva, a cantora, atriz e comediante passou um recado sobre a importância de ocupar seu lugar no mundo, seja tocando a vida das pessoas com o seu humor, seja acordando cedo para trabalhar e fazendo da sua existência um ato de resistência.
A artista recordou histórias do seu passado, refletiu sobre o futuro, negou qualquer especulação a respeito de sua relação com a Globo, e abriu o jogo sobre sua fama de “pegadora de novinhos”.
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De raciocínio rápido e sempre com uma resposta na ponta da língua, Nany ficou muda ao ser questionada sobre o seu atual estado civil. Aparentemente sem graça, limitou-se a dizer que está feliz e se recusou a dar pistas sobre quem possa ser o dono do seu coração atualmente.
“Estou feliz, me divertindo, não podemos falar que é namoro. A gente está junto há nove anos, ele no Rio [de Janeiro], eu aqui [São Paulo], ele pode pegar quem quiser, e eu também não conto o que eu faço, então está tudo certo, mas quando a gente se pega, meu amor, a casa treme”, disparou.
“O conheci com 21, hoje está com 29. Daqui a pouco está mudando de núcleo, não é só da ‘Malhação’, vai para o núcleo da novela das 21h [risos]”, brincou.
Já em relação à sua trajetória profissional, Nany reconheceu que ser uma mulher trans no Brasil não é nada fácil, e foi só com o apoio de sua mãe que conseguiu ter força e coragem para mostrar para o mundo a que veio.
“Eu tive uma mãe muito maravilhosa, que desde muito cedo, quando viu minha condição, me acolheu, me protegeu, me blindou, e me instigou para enfrentar a vida. Infelizmente, no Brasil, a vida de uma trans não passa de 35 anos. As trans, no Brasil, não conseguem terminar o ginásio, porque quando mostra a que vieram, são expurgadas da célula mãe que é feita para proteger a família”, afirmou.
“Vou fazer 60 anos e, embora muitas vezes a classe LGBT ache que eu sou um desfavor, consegui fazer da minha arte, do meu trabalho, o meu brincar, para entrar no universo nunca antes imaginável. E sempre pela porta da frente”, completou.
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