Nana entrou no norte da Guatemala como uma tempestade tropical, nesta quinta-feira (3), horas depois de atingir a costa de Belize como um furacão, sem deixar vítimas, ou causar danos graves até o momento.

“Continua o monitoramento da tempestade tropical Nana, que entrou em território guatemalteco” por meio do departamento de Petén, na fronteira com Belize, informou em nota a Coordenadoria Nacional de Redução de Desastres (Conred), entidade responsável pela Defesa Civil.

Nana, que viajou pelo Caribe, atingiu o continente como um furacão pouco depois da meia-noite local (3h em Brasília), em um ponto entre Dangriga e Placencia, na costa central de Belize, cerca de 60 quilômetros ao sul da Cidade de Belize, afirmou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, sigla em inglês).

“Devido ao seu deslocamento sobre a terra, o sistema se enfraquece lentamente. Em função de sua intensidade, porém, continua com ventos superiores a 90 km/h” na Guatemala, acrescentou a Conred.

Em relatório preliminar, a entidade registra a queda de uma árvore e o desabamento do telhado de uma casa na cidade de Morales (nordeste), em decorrência das chuvas associadas ao fenômeno.

A previsão é que Nana se transforme em uma depressão tropical após tocar o México, seguindo para as águas do Pacífico.

– Chuvas, ventos e falhas de energia –

Ao chegar a Belize, o Serviço Meteorológico Nacional e a Organização Nacional de Gerenciamento de Emergências (NEMO) relataram, em um comunicado, chuvas abundantes e ventos fortes no distrito de Stann Creek e em outras regiões.

Além disso, foram registradas falhas no fornecimento de energia elétrica, e o alerta de furacão, mantido ativo.

Em sua viagem pelo Caribe, Nana atingiu com força o departamento hondurenho das Ilhas da Baía, uma grande atração turística.

A Comissão Permanente de Contingências (Copeco) de Honduras estendeu o “alerta verde” de 7 para 11 dos 18 departamentos do país, incluindo Francisco Morazán, onde fica a capital, Tegucigalpa.

Na Guatemala, a entidade responsável pela Defesa Civil alertou as autoridades municipais e a população sobre os efeitos colaterais das chuvas causadas pelo temporal. As precipitações serão constantes de quinta-feira até o final de semana.

As fortes chuvas trazidas por Nana também podem causar inundações, danos à rede viária, deslizamentos de lahares (massas lodosas que carregam rochas e terra vulcânica) pelas ravinas dos vulcões Fuego (sudoeste) e Santiaguito (oeste), o que coloca em risco comunidades assentadas em áreas próximas.

Uma das preocupações é a saturação dos solos, devido às constantes chuvas da estação chuvosa que começou em maio e geralmente se estende até novembro.

– Região vulnerável –

Apesar de estar longe do caminho da tempestade, o ministro do Interior de El Salvador e presidente da Comissão Nacional de Defesa Civil, Mario Durán, disse que o governo declarou alerta verde, “preventivamente”, em todo país.

Autoridades salvadorenhas estimam que Nana causará chuvas de “intensidade moderada a forte” a partir desta quinta-feira em seu território.

No final de maio e início de junho, as tempestades Amanda e Cristóbal deixaram 30 mortos em El Salvador, e cinco, na Guatemala, ao passarem pelo Norte da América Central.

A temporada de furacões de 2020, que vai de junho a novembro, está sendo mais ativa do que a média, com meteorologistas prevendo entre 19 e 25 tempestades tropicais. Destas, entre sete e 11 se tornarão furacões.