A partir de domingo; Rafael Nadal, Novak Djokovic e Roger Federer vão lutar em Paris por mais que um troféu: os três astros do tênis mundial lutam há algum tempo para ver quem será considerado o melhor tenista da história.

Além do estilo de jogo de cada um, quando os três apresentarem sua candidatura ao melhor da história, os méritos serão medidos principalmente pelo número de ‘majors’ conquistados.

E nesse ponto, os três tenistas, que dominaram o circuito ATP nas últimas décadas, estão muito equilibrados: Nadal (prestes a fazer 35 anos) e Federer (39) têm 20 Grand Slams, enquanto Djokovic (de 34 anos) chegou aos 18 depois de seu triunfo na Austrália em fevereiro.

Caso volte a conquistar Roland Garros, onde já venceu 13 vezes, Nadal assmirá a liderança, com 21 Grand Slams, um recorde histórico.

– Ouro olímpico para o espanhol –

Nadal tem um outro ponto a seu favor: a medalha de ouro olímpica (Pequim-2008) no torneio de simples, considerado o quinto ‘Grand Slam’, além de um ouro em duplas conquistado na Rio-2016 com Marc López.

Os números também são muito equilibrados quando se trata de títulos nos torneios Masters 1000 (a segunda categoria mais importante): com seu triunfo em Roma em meados de maio, Nadal igualou a marca de Djokovic, ambos com 36, enquanto Federer possui ‘apenas’ 28.

Por outro lado, o suíço é o que mais venceu torneios e partidas dos três, com 103 títulos e 1.242 jogos, muito próximo do recorde absoluto da história (na ‘era Open’, isto é, desde 1968) que pertence ao americano Jimmy Connors (109 e 1.274, respectivamente). Nadal acumula 88 vitórias no ATP e Djokovic 82.

Mas neste debate fica uma pergunta: apenas os títulos conquistados devem ser contados?

Há um ano, durante o confinamento devido à pandemia, Djokovic e o britânico Andy Murray conversaram nas redes sociais sobre como estabelecer quem foi o melhor da história.

“Uma combinação de Grand Slams, Masters e semanas no primeiro lugar do ranking”, disse o sérvio, que detém o recorde de semanas no topo do tênis mundial (325), embora Federer tenha a marca do maior número de semanas consecutivas (237) e o número 1 mais veterano (36 anos em 2018).

Nadal, por sua vez, é o tenista que está no Top 10 há mais semanas consecutivas. Apesar das lesões sofridas em sua carreira, ele se manteve ininterruptamente nas dez primeiras posições do ranking desde 25 de abril de 2005.

– Sérvio domina no ‘mano a mano’ –

O Masters, torneio de final de temporada em que se enfrentam os oito melhores da temporada, é o principal ponto fraco do espanhol. Ele nunca venceu, enquanto Federer tem seis troféus e Djokovic cinco.

“E quanto ao mano a mano?”, Murray perguntou naquela conversa com Djokovic há um ano.

Difícil tirar conclusões em duelos diretos: Djokovic supera Nadal por pouco (29-28) e Federer (27-23), que também tem uma desvantagem nítida em relação ao espanhol (24-16).

Alguns números adicionais para fornecer argumentos neste debate: ‘Djoko’ é o único tenista na história a vencer todos os nove Masters 1000s do calendário e tem as mais longas sequências de vitórias consecutivas, com 43 jogos no total (2010-2011), 31 no ATP Masters (2011) e 30 no Grand Slam (2015-2016).

Nadal, por sua vez, é indiscutivelmente o melhor jogador da história no saibro, uma superfície em que conquistou 62 de seus 88 torneios, com mais de 10 troféus em Roland Garros (13), Barcelona (12), Monte Carlo (11) e Roma (10).

E Federer, considerado por muitos o mais elegante, o mais talentoso e o mais completo dos três, detém o recorde de vitórias em Grand Slams (362), finais (31, incluindo 10 seguidas) e semifinais (46, 32 consecutivas). Entre as temporadas de 2006 e 2007, ele também venceu 41 jogos consecutivos; chegou a 17 finais consecutivas (2005-2006) e obteve 24 vitórias consecutivas em finais (2003-2005).

E se as estatísticas frias não bastam para debater, pode-se recorrer ao carinho que elas despertam na torcida… e aí Djokovic sabe que tem chances de perder.

“Federer e Nadal têm uma envergadura excepcional, não só como campeões de tênis, como pessoas, muito carismáticos, simples, humildes… Eles deixam uma grande marca no nosso esporte”, admitiu o sérvio em outra conversa com o suíço Stan Wawrinka durante o confinamento.

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