É o debate sem fim entre os fãs do tênis. Quem merece o título de melhor jogador da história? Em uma época de ouro da modalidade em que Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic dividem uma quadra por três décadas, a corrida está ficando mais acirrada.

Quando Andy Murray e Djokovic conversaram no Instagram durante o período de confinamento por conta da pandemia do coronavírus, o sérvio estabeleceu “uma meta de Grand Slams, do Masters e semanas no primeiro lugar”.

Após a 13ª vitória de Nadal em Roland Garros, o espanhol igualou a marca de 20 títulos nos quatro principais torneios do circuito (Roland Garros, US Open, Wimbledon e Aberto da Austrália) conquistados por Federer, com Djokovic estacionado com 17.

Em quantidade de semanas como número 1 do ranking, Federer lidera com 310, mas Djokovic está perto, chegando a 290 nesta segunda-feira, o que o deixa a cinco meses de igualar o suíço. Nadal, com uma carreira em que as lesões tiveram mais incidência, soma 209.

O Masters, torneio de final de temporada em que os oito melhores do ranking se enfrentam, é o principal ponto fraco do espanhol. Ele nunca venceu, enquanto Federer tem seis troféus e Djokovic cinco.

– Questão de tipo de quadra –

Obviamente, o tempo não está a favor do suíço, que fez 39 anos em agosto. Nadal tem 34 e Djokovic 33. No retrospecto das últimas três temporadas (2018-2020), Federer ganhou apenas um Grand Slam, enquanto o espanhol e o sérvio somam quatro e cinco, respectivamente.

Também deve ser lembrado que Federer já tinha quatro conquistas no Grand Slam quando Nadal inaugurou sua lista.

O suíço possuia 12 e o espanhol três, quando Djokovic começou alcançou seu primeiro grande título.

No mundo das estatísticas, é preciso lembrar que Djokovic é o único do trio a ter vencido os quatro grandes consecutivos, entre Wimbledon 2015 e Roland Garros 2016. O sérvio também lidera no confronto direto com seus rivais, 27-23 contra Federer e 29-27 contra Nadal.

Murray, por um tempo considerado o quarto homem, acredita que tudo é questão de tipos de quadras.

“Na verdade, os três melhores jogadores da história jogam ao mesmo tempo, então podemos compará-los. Jogando em superfícies diferentes, acho que tenho a sensação de jogar contra o melhor de todos os tempos no saibro, na grama e na dura”, afirmou o britânico.

Além dos recordes, existe aquilo que não dá para medir: o amor da torcida. Neste área, Djokovic sai perdendo, como reconheceu em uma conversa com Stan Wawrinka no Instagram.

– ‘Não pode existir três mocinhos’ –

“O Roger é sem dúvida o melhor jogador da história, é amado em todo o mundo, como jogador não espero ter a maioria do público do meu lado em muitos casos, mas não importa, é o Roger. A situação é semelhante com o Rafa “,afirmou o sérvio.

“Eu contribuo? Acho que não. Existe o fato do tamanho excepcional de Federer e Nadal, não só como campeões de tênis, como pessoas, muito carismáticas, simples, humildes … Eles deixam uma grande marca em nosso esporte”, acrescentou.

Wawrinka tem sua teoria: “Não pode existir três mocinhos em um filme.” “Eles são campeões extraordinários, como você, mas quando você era jovem, você era um pouco diferente, como todo mundo, e eles já haviam alcançado esse papel de garotos legais e humildes, com ‘fair play’ e tudo. Isso importa agora”, acrescentou o suíço.

“No início da minha rivalidade com eles, tive a sensação de que era eu contra o resto do mundo. Eu era um jogador jovem que tinha confiança e que dizia respeitar Roger e Rafa, mas queria vencê-los, ganhar grandes títulos e ser o número 1 … As pessoas estavam dizendo ‘quem é esse cara desafiando Roger e Rafa?'”, acrescentou Djokovic.

Diante disso, todos os troféus do mundo parecem não ser suficientes.

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