O presidente do Equador, Lenín Moreno, disse nesta quinta-feira que outorgar a nacionalidade a Julian Assange, asilado na embaixada equatoriana em Londres, não ajudou a solucionar a situação do criador do WikiLeaks.

“Foi uma tentativa fracassada e sem resultado (…) e, pelo contrário, longe de solucionar o problema, ficou mais difícil”, disse o presidente em um encontro com a imprensa estrangeira em Quito.

O governo de Moreno anunciou em dezembro do ano passado que havia concedido nacionalidade a Assange, que se encontra desde 2012 asilado na missão diplomática equatoriana em Londres para evitar ser extraditado à Suécia, onde enfrentava um processo por supostos crimes sexuais. Ele negava as acusações e a Justiça sueca recentemente arquivou o caso.

Mas o australiano teme agora deixar a embaixada, ser detido e acabar extraditado para os Estados Unidos, por ter divulgado informações sigilosas do país.

Moreno explicou que após a tentativa com a naturalização de Assange, Quito aplica outra tática para tentar resolver o caso.

“Nesta nova etapa começamos por onde se deveria ter começado: conversando com as autoridades da Inglaterra”, disse.

“Iniciamos um diálogo bastante fértil, no qual eles nos entregaram certo tipo de informação para que possamos utilizá-la em benefício da norma internacional e em benefício dos direitos da vida do senhor Assange”, enfatizou o presidente.

“Não está dentro de nosso desejo, não está no desejo do senhor Assange permanecer asilado a vida toda. É por isso que temos que encontrar uma solução, e fizermos isso em conjunto com o governo inglês, muito melhor”.

Moreno estima que a saída para o caso Assange poderá ser encontrada no “médio prazo”.