Nação Zumbi comemora três décadas do lançamento do disco “Da Lama Ao Caos”, um clássico na trajetória da banda e na história da música brasileira, com a turnê pelo Brasil “Da Lama ao Caos – 30 anos”. Lançado em 1994, o disco de estreia do grupo (ainda sob a alcunha de ‘Chico Science & Nação Zumbi’), impactou a cena musical com uma nova sonoridade, onde unia de maneira original ritmos regionais e universais, tornando-se um dos marcos do Movimento Mangue.

A turnê, que segue até o final do ano, já fez história no Circo Voador, no centro do Rio de Janeiro. Os ingressos esgotaram em poucas horas, e antes mesmo da apresentação, que aconteceu no dia 17 de julho, a banda abriu show extra para um mês depois, com vendas esgotadas de forma fenomenal.

Com agenda de shows lotada e público ávido por sentir a batucada do Mangue Beat tremer o palco do Circo Voador, a banda anunciou mais uma apresentação extra. Quem não teve a sorte de garantir ingresso para os dois primeiros shows tem mais uma chance de reviver Chico Science & Nação Zumbi no dia 22 de novembro de 2024.

Os ingressos para a terceira apresentação no Rio começaram a ser vendidos no último dia 16, pelo site da Eventim Brasil, poucas horas antes dos músicos voltarem a batucar no primeiro show extra.

Nos shows da turnê, Nação Zumbi toca todas as faixas do disco, além de levar ao palco participação especial. Maciel Salú, rabequeiro, cantor, compositor, mestre de maracatu-rural e militante das tradições populares foi o convidado para a apresentação na noite de 16 de agosto.

“Tocar com a Nação Zumbi é um sonho antigo. Banda que admiro e tenho muito respeito. Agora chegou a vez de, de certa forma, dar continuidade ao encontro que aconteceu anos atrás, entre Chico Science e meu pai, o Mestre Salustiano”, declarou Salú.

A Nação Zumbi é formada por Jorge Du Peixe (vocal), Dengue (baixo), Toca Ogan (percussão), Marcos Matias e Da Lua (tambores), Tom Rocha (bateria) e Neilton Carvalho (guitarra).

Devotos

O grito de protesto do Alto José do Pinho, bairro da zona norte do Recife, ecoou na abertura do show através de um de seus filhos mais ilustres. Canibal, comandando a banda Devotos, levou o seu “Punk Rock HardCore” para o palco do Circo Voador e lembrou a trajetória dos músicos pernambucanos e da importância de Chico Science no cenário regional e nacional.

O Disco “Da Lama Ao Caos”

30 anos após o seu lançamento, “Da Lama Ao Caos”, produzido por Liminha, consolidou-se como um dos álbuns mais importantes no cenário musical brasileiro. Ocupando a posição em 13º lugar, o álbum está na lista dos 100 maiores discos da música brasileira feita pela Revista Rolling Stone Brasil. Em 2022, foi escolhido o melhor disco da MPB nos últimos 40 anos em enquete promovida pelo jornal O Globo com 25 especialistas em música de todo o país.

Seu som revolucionário com canções energéticas bem elaboradas mesclando funk, rock, maracatu, embolada, psicodelia e música africana inaugurou a cena Mangue. Alcançou projeção internacional e foi também um dos responsáveis pela “abertura de portas” para o rock dos anos 90 no Brasil, exercendo uma influência muito forte para o que surgiria depois.

Entre as músicas de maior destaque no disco estão “A Praieira”, que integra a trilha sonora da novela “Tropicaliente” (1994), “A Cidade”, com seu clipe veiculado na MTV Brasil e trilha da novela “Irmãos Coragem” (1995), “Da Lama Ao Caos”, “Samba Makossa”, entre outras.

Nação Zumbi

A Nação Zumbi tem oito álbuns autorais – os dois primeiros, “Da Lama ao Caos” e “Afrociberdelia”, ainda com Chico Science – e um de releituras, lançado em 2017, o “Radiola NZ (vol. 1)”. E dois álbuns audiovisuais, “Propagando ao Vivo” (2006) e “Ao Vivo no Recife” (2012), além do CD “Mundo Livre S.A vs Nação Zumbi” (2012).

Nas três décadas de estrada em festivais importantes pelo país e exterior, houve várias formações da Nação Zumbi. A banda conseguiu se reestruturar e soube se reinventar ano após ano, disco após disco, até chegar aqui. Remanescentes da formação original e fundadores da banda, junto de Chico Science, Jorge Du Peixe, Dengue e Toca Ogan seguem também em carreira solo com novos trabalhos.