Com um gol de Salomón Rondón, a Venezuela jogou um balde de água fria no retorno de Lionel Messi à seleção argentina ao empatar em casa em 1 a 1 com os campeões mundiais nesta quinta-feira (10), pela nona rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.

Nicolás Otamendi aproveitou um rebote para colocar a ‘Albiceleste’ em vantagem aos 13 minutos, num jogo que começou com meia hora de atraso devido ao mau estado do campo do Estádio Monumental de Maturín, encharcado devido às fortes chuvas antes do duelo.

Rondón empatou com uma cabeçada já no segundo tempo (65′) após um ótimo cruzamento de Yeferson Soteldo e aumentou seu recorde de maior artilheiro de todos os tempos da ‘Vinotinto’, com 45 gols.

“Só há uma leitura: não havia condições de jogar pelo menos hoje. Isso está claro”, afirmou o técnico da seleção argentina, Lionel Scaloni, em entrevista coletiva.

“O jogo poderia ter sido disputado amanhã”, continuou ele.

“O campo estava difícil. Foi uma pena para o espetáculo, mas tínhamos que jogar”, disse pouco depois Fernando Batista, treinador dos anfitriões.

Mesmo com o empate, a Argentina mantém a liderança com 19 pontos, enquanto a Venezuela está na sétima colocação, com 11. A ‘Vinotinto’ sai pela primeira vez da zona de acesso direto à Copa do Mundo nestas Eliminatórias, permanecendo por enquanto na posição que leva à disputa da repescagem.

– Campo encharcado –

O estado do gramado atrasou o início da partida, com os funcionários tirando água da melhor maneira que podiam. Assim que soou o apito inicial, Venezuela e Argentina encontraram problemas para desenvolver seu futebol e, forçados pelas circunstâncias, tiveram que apostar nos lançamentos longos.

“Foi muito difícil. Torna o jogo muito feio, muito travado, não podíamos dar dois passes seguidos (…). É difícil jogar assim”, protestou Messi. “Fizemos a partida que tínhamos que fazer devido ao campo”.

Pouco antes do gol de Otamendi, o meio-campista venezuelano José ‘El Brujo’ Martínez roubou uma bola com espaço livre para correr em direção ao gol de Gerónimo Rulli, que substituiu Emiliano ‘Dibu’ Martínez, suspenso por dois jogos. A bola ficou presa numa poça e neutralizou uma jogada que prometia perigo para os visitantes, embora no final Tomás Rincón tenha conseguido encontrar tempo para tentar de meia distância.

O gol logo cedo do zagueiro do Benfica, que contou com um pouco de sorte devido ao rebote nas costas do defensor Yordan Osorio, após o goleiro Rafa Romo ter interceptado uma bola de Messi, complicou o plano inicial de jogo do técnico argentino Fernando ‘Bocha’ Batista, treinador da ‘Vinotinto’.

A Venezuela, porém, não desistiu: Martínez, Alexander González e Rondón, com chutes de longa distância, tentaram testar Rulli, mas faltava maior precisão.

Quando Rondón finalmente pareceu encontrar o caminho com um chute à queima-roupa no final do primeiro tempo, Rulli desviou e Otamendi salvou na linha do gol.

– Venezuela incansável –

Uma cabeçada de Yangel Herrera foi bloqueada por Rulli mantendo a Argentina à frente do placar no início do segundo tempo.

A equipe de Scaloni, com mais calma, tentou controlar mais a bola apesar do momento difícil e transferiu o jogo para a direita, onde o campo estava um pouco melhor. Com isso, Messi apareceu mais.

Mas a Venezuela, que se mostrou incansável, conseguiu empatar.

Uma jogada individual de Yeferson Soteldo pela esquerda terminou num cruzamento que Rondón acertou de forma impecável para deixar tudo igual.

A Argentina segue firme na liderança, enquanto a Venezuela conseguiu um empate importante no momento em que adversários diretos, como a ressuscitada Bolívia e o Paraguai, prometem complicar sua vida.

“Destaco a personalidade” dos jogadores de “estar perdendo para a seleção argentina e pressioná-la em seu próprio campo”, analisou Batista. “Ficou um sabor agridoce (…). Acho que merecíamos vencer hoje”, considerou.

A ‘Vinotinto’ visita o Paraguai na terça-feira enquanto a ‘Albiceleste’ recebe a Bolívia.

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