29/10/2019 - 16:04
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, elogiou nesta terça-feira (29) o papel da Rússia frente às “ameaças” dos Estados Unidos – que não param de aumentar sua pressão sobre Cuba -, durante uma reunião nos arredores de Moscou com seu homólogo russo, Vladimir Putin.
“Em nossas atividades cotidianas, em nossos sentimentos, todos os dias há momentos dedicados à Rússia”, afirmou Díaz-Canel, em declarações traduzidas ao russo, ao ser recebido pelo chefe do Kremlin em sua residência de Novo-Ogarevo, nos arredores da capital russa.
“Em primeiro lugar, acompanhamos atentamente o papel crescente que a Rússia desempenha para romper a supremacia que os Estados Unidos tenta afirmar”, explicou o presidente cubano.
Esta visita a seu aliado tradicional russo ocorre poucas semanas depois de que o primeiro-ministro Dmitri Medvedev fez à ilha, que reafirmou, então, o apoio de Moscou a Havana, que ficou na órbita soviética até o começo de 1990.
“Foi uma visita muito interessante e positiva (…) em meio a uma escalada de agressão dos Estados Unidos contra Cuba como pano de fundo”, disse a respeito de Díaz-Canel, considerando que isto “demostrou ao mundo que as posições de Rússia e Cuba permanecem inalteradas diante das ameaças americanas”.
Ele também transmitiu “cumprimentos calorosos” de Putin ao ex-presidente Raúl Castro e o convidou para visitar Cuba “o mais rápido possível”.
“A Rússia sempre sentiu uma simpatia especial por Cuba independente e por sua política soberana”, respondeu Putin.
“Está claro que, nas condições em que Cuba está atualmente, não é fácil resolver questões econômicas e sociais, mas vão conseguir”, acrescentou, aceitando o convite.
O relacionamento entre os dois países se intensificou no último ano. Em meio ao aumento das hostilidades com Washington desde a chegada da Casa Branca de Donald Trump em 2017. Díaz-Canel já havia viajado para Moscou em novembro de 2018.
As sanções americanas intensificaram o bloqueio aplicado por Washington contra a ilha desde 1962, com medidas que afetam o turismo, investimentos, remessas e importações de combustíveis.