Agora todo mundo vai ficar interessado no Jeep Compass, o novo modelo da Fiat Chrysler. É assim mesmo: quando surge uma novidade, as pessoas correm para comprar. Os chamados “early adopters” encabeçam a procura – e às vezes formam listas de espera. Quanto ao novo Jeep, ele não tem nada de revolucionário, mas seu posicionamento de preço é tão bom que certamente vai dar trabalho para outros SUVs e crossovers do mercado.

A estratégia da Jeep para o novo Compass é simples. Se você gosta do Renegade, mas acha seu porta-malas minúsculo e o motor flex fraco, o Compass é o seu carro. Tem todas as boas características do Renegade (estilo, robustez, suspensão e segurança) e mais duas vantagens: porta-malas de 410 litros (contra 260) e motor 2.0 de 166 cavalos (contra 1.8 de 132 cv). O motor a diesel é o mesmo: 2.0 de 170 cv. Porém, se você gosta do Cherokee (que é maior), mas o acha feio ou um muito caro (a partir de R$ 169.900), o Compass também é uma boa pedida.

Bem, isso é o que a Jeep diz. Mas vale a pena comprar um Compass? Para tirar a dúvida, fiz uma viagem de São Paulo a Monte Verde (MG), acompanhado de minha esposa. A sogra, o cachorro, o gato e o papagaio não foram dessa vez. Mas caberiam. E o sogro – que é mineiro – também. Mas vamos ao carro.

O Compass tem um navegador por GPS muito bom. Nem precisei usar Waze ou Google Maps. Já na saída ele me ofereceu três opções de caminho: o mais rápido, o mais curto e o mais econômico. Mesmo com o navegador ligado, pudemos utilizar tranquilamente o sistema bluetooth para ouvir nossas músicas preferidas por streaming de áudio. Foi uma viagem bem tranuila, pois os bancos são confortáveis, a posição de dirigir é alta, o ar-condicionado digital tem duas zonas e o câmbio automático de nove marchas contribui para um nível de ruído surpreendentemente baixo.

Cristiane “descobriu” um compartimento escondido debaixo do banco do passageiro. Dá pra guardar bolsa ou alguma coisa que não se quer deixar à vista. Ela reclamou, entretanto, do tamanho dos porta-trecos do console. Eu dirigi na estrada e ela na cidade. Segue então o depoimento feminino: “O carro é alto, mas não exagerado, então é fácil de dirigir e de estacionar. O volante e os bancos são bem macios. Também achei o motor muito silencioso e gostei do painel que mostrava a velocidade em números grandes. Sem contar que coube tudo no porta-malas!”

Nas subidas íngremes em piso de terra com pedras soltas, muito comuns em Monte Verde, bastou apertar o botão “4Lock”, que bloqueia a tração 4×4, para que o Compass desse um show em todos os outros carros que se arrastavam na rua. Na chuva, o sistema 4×4 também deu mais segurança. Entretanto, esse sistema só está disponível nas versões a diesel.

Rodamos 405 km com o Jeep Compass Trailhaw 4×4. No total, ele fez 11,5 km/l de diesel. No consumo só de estrada, a marca foi melhor: 13,3 km/l. O Compass mais barato custa R$ 99.900 (versão Sport). Ele tem mais duas opções flex: Longitude (R$ 106.990) e Limited (R$ 124.990). São duas versões a diesel: Longitude (R$ 132.990) e Trailhawk (R$ 149.990).

Os preços são muito bons comparados aos asiáticos Hyundai ix35, Kia Sportage e Mitsubishi ASX (nas versões mais baratas) e aos alemães Audi Q3, BMW X1 e Mercedes GLA (nas versões mais caras). Portanto, se é bom, bonito e bara… quer dizer, se tem preço competitivo, vale a pena comprar, sim.