Na Polônia, Kamala pede investigação por crimes de guerra russos

WASHINGTON, 10 MAR (ANSA) – A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, se reuniu nesta quinta-feira (10) com o presidente da Polônia, Andrzej Duda, por conta do conflito na Ucrânia e cobrou que os russos sejam investigados por “crimes de guerra”.   

Citando o ataque a um hospital e maternidade de Mariupol, ocorrido um dia antes, a norte-americana afirmou que estão sendo cometidas “atrocidades de dimensões não imaginadas” e voltou a reforçar que os ataques bélicos foram iniciados mesmo que os ucranianos não tenham cometido nenhum ato de provocação.   

Na coletiva, Duda também falou sobre a ação em Mariupol e considerou o ataque como uma “barbárie e genocídio” de Moscou.   

Sobre os mais de 2,3 milhões de refugiados já produzidos pela guerra, sendo que mais de um milhão foram para a Polônia, Harris destacou que o “povo ucraniano está sofrendo imensamente” e que é um “escândalo moral” o que “todos sentem quando veem mulheres e crianças inocentes que estão fugindo e deixando tudo o que tem”.   

Agradecendo ao governo de Varsóvia pelo acolhimento dos refugiados, a vice-presidente ainda anunciou que Washington doará “mais US$ 50 milhões ao Programa de Alimentos Mundial das Nações Unidas para ajudar mais a população”.   

Questionada sobre o que os EUA fariam em caso da Rússia ampliar o conflito e atacar algum país que faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Harris informou que o país seguirá o que diz o artigo quinto da Aliança.   

“Os Estados Unidos estão preparados para defender cada centímetro do território da Otan e levam a sério que um ataque contra um é um ataque contra todos”, afirmou.   

Quando ambos foram questionados sobre o imbróglio envolvendo o envio de jatos militares para a Ucrânia, que causou uma pequena crise pública, Harris e Duda não responderam diretamente à questão e reforçaram apenas que enviaram US$ 240 milhões para a segurança do país.   

“Quero destacar que EUA e Polônia nunca estiveram tão unidos.   

Estamos unidos no que fizemos até agora e estamos preparados para ajudar a Ucrânia e seu povo. Ponto final”, disse aos jornalistas. Duda, por sua vez, disse que essa é uma “questão bastante complexa”.   

A questão envolvendo os caças MIG-29 começou após o secretário de Estado Antony Blinken dizer que está analisando uma proposta para a Polônia ceder seus jatos à Força Aérea ucraniana, mas que Varsóvia tinha resistência a isso. Para tentar resolver a questão, os poloneses ofereceram mandar os aviões para a base militar dos EUA na Alemanha, que aí enviariam para Kiev.   

No entanto, o fornecimento desses jatos é bastante delicado porque poderia ser entendido pela Rússia como uma declaração de guerra, algo que a Otan não quer fazer para não ampliar o conflito. Essa é a mesma justificativa da Aliança de não decretar uma “no-fly zone” nos céus ucranianos.   

Por outro lado, o governo de Kiev tem implorado para que os países enviem esses jatos para a defesa do país, que tem uma Força Aérea muito inferior a dos russos. (ANSA).