07/09/2024 - 16:31
Jair Bolsonaro (PL) disse que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é um “ditador” e que “faz mais mal ao Brasil do que o próprio [presidente] Luiz Inácio Lula da Silva”. A declaração foi dada neste sábado, 7, durante manifestação encampada por lideranças da direita em São Paulo.
“Devemos botar freio, através dos dispositivos constitucionais, naqueles que rompem o limite das quatro linhas da Constituição. Espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador“, disse o ex-presidente. Cabe ao Senado analisar e autorizar a votação de pedidos de impeachment contra ministros do Supremo, que têm sido aventados por parlamentares de direita em Brasília.
Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) quando a corte era presidida por Moraes. Desde então, o magistrado comandou inquéritos com sentenças contrárias a lideranças bolsonaristas e determinou prisões de participantes dos atos criminosos do 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília.
Em seu discurso, o ex-presidente classificou o 8 de janeiro como uma “catarse”. “Aquilo jamais foi um golpe de Estado”, disse. Ainda afirmou que sua inelegibilidade “será revertida, mais cedo ou mais tarde, por trabalho feito dentro do Congresso Nacional”.
Bolsonaro também voltou a levantar dúvidas sem provas sobre o sistema eleitoral brasileiro, cuja transparência no pleito de 2022 foi atestada por entidades internacionais e pela fiscalização das Forças Armadas, ao dizer que o “divórcio” entre ele e a Presidência da República “não foi feito pelo povo” e que o sistema “precisava” tirá-lo do poder.
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Organizada pelo pastor protestante Silas Malafaia, a manifestação na avenida Paulista reuniu lideranças associadas a Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), além de milhares de civis.
Como ocorre anualmente, o ato deu palco a ataques ao STF e às demais instituições democráticas e serviu para candidatos marcarem posição ideológica em busca do eleitorado desse grupo político.