O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou Israel neste sábado (27) de querer explodir todo o Oriente Médio, ao mesmo tempo que criticou os ataques israelenses no Irã e no Catar, e se opôs aos pedidos de anexação da Cisjordânia.
“O uso ilegal da força por Israel contra os palestinos e suas ações agressivas contra Irã, Catar, Iêmen, Líbano, Síria e Iraque hoje ameaçam explodir todo o Oriente Médio”, disse Lavrov em um discurso na Assembleia Geral da ONU.
Lavrov comparou a anexação da Cisjordânia a uma “tentativa de golpe de Estado destinada a enterrar as decisões da ONU sobre a criação de um Estado palestino”.
França, Reino Unido e outras países ocidentais reconheceram na semana passada o Estado da Palestina e rechaçaram a guerra de Israel em Gaza, algo a que os Estados Unidos, um forte aliado de Israel, se opõem.
“Por que demoraram tanto?”, disse Lavrov sobre o reconhecimento do Estado palestino.
Ao esperar até a Assembleia Geral, é possível que eles tenham previsto que não restaria “nada nem ninguém para reconhecer” enquanto Israel prossegue com sua ofensiva, apontou.
A Rússia reconhece o Estado palestino desde a época soviética, embora Israel também tenha tentado manter relações cordiais com Moscou devido à sua influência regional e à considerável comunidade judaica russa.
Lavrov também acusou neste sábado os países ocidentais de “sabotar” a diplomacia com o Irã por meio da reimposição das sanções da ONU contra o país asiático por seu programa nuclear, prevista para as próximas horas.
A rejeição à proposta russa e chinesa de estender o prazo “finalmente expôs a política ocidental de sabotar a busca de soluções construtivas no Conselho de Segurança da ONU, bem como seu desejo de obter concessões unilaterais de Teerã por meio de chantagem e pressão”, afirmou.
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