Um fato curioso chamou a atenção no jogo entre Crystal Palace e West Bromwich no sábado. O atacante marfinense Wilfried Zaha, do time da casa, se tornou o primeiro jogador do Campeonato Inglês a não se ajoelhar durante o ritual pré-jogo adotado pela Premier League. A iniciativa estava sendo realizada em todas as partidas desde a última temporada, tanto por jogadores quanto pelas equipes de arbitragem, em protesto à morte de George Floyd e como endosso à luta antirracista.

Em comunicado oficial emitido por sua assessoria, Zaha justificou o ato incomum. “Minha decisão de permanecer de pé no pontapé inicial é de conhecimento público há algumas semanas”, disse. “Não existe decisão certa ou errada. Mas para mim, pessoalmente, sinto que ajoelhar se tornou simplesmente parte da rotina pré-jogo e no momento não importa nem se ajoelhar e nem ficar de pé, alguns de nós ainda continuam sofrendo abusos.”

Ainda na mensagem, Zaha fez questão de mostrar respeito a todos os seus companheiros de equipe, assim como os adversários que participam do ritual. Ele disse que tem conhecimento de que a Premier League, entidade que organiza o Campeonato Inglês, está agindo nos bastidores para promover a igualdade racial no país.

“Como sociedade, eu sinto que devemos encorajar melhores condições nas escolas, e que as redes sociais deveriam tomar medidas severas contra pessoas que abusam de outras online, não só jogadores de futebol”, refletiu o jogador, lembrando que outros atletas também são constantemente atacados virtualmente. “Eu agora só quero focar no futebol e voltar a campo novamente. Eu continuarei permanecendo de pé.”

Anteriormente, Zaha chegou a falar que o ato de se ajoelhar era “degradante” e pediu por mudanças tangíveis em vez de um simples movimento. “Isso tudo de se ajoelhar… Por que eu deveria me abaixar para mostrar que nossas vidas importam?”, disse para um podcast na época em que o movimento Vidas Negras Importam estava em alta. “Porque eu deveria vestir o Black Lives Matter em minha camisa para mostram que nós importamos? Isso tudo é muito degradante.”

Revelado pelo próprio Crystal Palace, somando todo o seu percurso como jogador profissional e juvenil, Zaha tem 11 anos de história com o clube inglês, além de também ter defendido Manchester United e Cardiff City. Ele não deverá ser punido por optar ficar de pé.