Os principais apresentadores da TV Globo, Luciano Huck e Ana Maria Braga criticaram o Projeto de Lei 1904/2024, conhecido também como PL do abordo, que equipara o aborto a homicídio após 22 semanas de gestação, mesmo em casos de gravidez derivada de estupro. A Proposta é do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que é próximo ao pastor Silas Malafaia.

No “Domingão”, no domingo, 16, Huck disse “que não é uma questão ideológica, mas sim de lógica”. “Criança não é mãe. É muito cruel obrigar uma vítima de estupro levar até o final uma gravidez. Queria me colocar ao lado de todas essas mulheres que foram vítimas de estupro e não devem ser vítimas de uma injustiça”, falou.

O apresentador também cobrou o deputado Arthur Lira (PP-AL), que é presidente da Câmara.

“Eu queria convocar o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Nós respeitamos o Parlamento brasileiro, foi eleito pelo povo brasileiro, todos os deputado. A gente respeita, mas não é lógico. É minha opinião pessoal. Eu acho isso mesmo”, completou.

Já na manhã desta segunda-feira, 17, Ana Maria Braga disse no “Mais Você” que se “coloca aos lado dos que ficaram indignados diante desse completo absurdo”.

“Isso é um retrocesso diante de todos os direitos conquistados a duras penas pelas mulheres. Principalmente, as adolescentes, as meninas em situação de vulnerabilidade social. Uma gravidez causada por estupro — se você nunca sofreu, eu nunca sofri, me coloco no lugar de quem sofreu –, é um trauma irreparável. Não é fácil buscar caminhos, toma tempo. Muitas vezes, no país que a gente vive, leva mais que 22 semanas, porque você não acha quem faça”, justificou.

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“Onde já se viu fazer um negócio desses? Em que a punição da vítima é maior que a punição do algoz, quem fez o ato, que estuprou. A sociedade, senhores políticos, espera que esse projeto não seja aprovado sem uma discussão ampla, porque ele representa uma tremenda injustiça”, reforçou.

Em outro momento, Ana Maria fala sobre um argumento de quem defende o projeto. “Fácil falar ‘entrega o filho pra adoção’. Queria saber se fosse filho de algum de vocês que estão votando esse projeto. Se fosse alguém da sua família… E se sua mulher fosse estuprada? Isso acontece todo dia. É só pegar o que acontece no Brasil todo dia e saber o que as mulheres sofrem por aí”, completou.

O jornalista Felipe Andreoli, que também participava da atração, se manifestou sobre o assunto.

“Importante os homens estarem ao lado das mulheres nesse momento. Tem alguma coisa que as mulheres delegam e resolvem: ‘os homens não podem mais fazer isso?’ Um negócio assim, absurdo. A gente espera, realmente, bom senso, que não se jogue com isso”, comentou.

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