O duelo entre Vasco e Corinthians em São Januário era cercado de muita expectativa por parte da torcida cruz-maltina. Era o dia da estreia de um treinador português no Gigante da Colina, com uma mentalidade diferente dos comandantes anteriores. Mais vibrante à beira do campo, o motivador Ricardo Sá Pinto teve uma estreia, que apesar das dificuldades, foi possível enxergar, que o time pode evoluir sob sua batuta.

Momentos antes da partida, o técnico já teve que conviver com uma das limitações do clube. Perdeu os seus dois principais jogadores por lesão. Martín Benitez sentiu a coxa esquerda e Germán Cano, a direita. Ao olhar para o banco, a falta de peças de reposição à altura novamente ficou evidente. Ribamar e Vinícius substituíram os argentinos e até foram bem na segunda etapa, mas o elenco está longe dos sonhos mais animadores da torcida.

Dentro das quatro linhas, o que se viu no primeiro tempo foi um Vasco com as dificuldades de sempre. O time carece de criatividade e falta de repertório técnico. Todavia, pode-se perceber mudanças na postura ofensiva, com jogadas mais verticais e menos passes sem objetividade. Nesse ponto, Carlinhos apareceu bem como meia, sendo um dos melhores jogadores do time na etapa inicial.

Entretanto, o sistema defensivo novamente apresentou falhas que comprometeram o resultado. Alguns jogadores não rendem, porém continuam no time como o lateral Henrique. No lance do primeiro gol, foram dois vacilos de Cayo Tenório, que rebateu e depois não desarmou Mateus Vital. O ex-vascaíno tocou para Cazares, que com tranquilidade deixou Mantuan na cara do gol. Com uma bola rebatida, a defesa se desmontou e deixou um enorme buraco, que foi aproveitado pelo camisa 31 do Corinthians.

No segundo tempo, Ricardo Sá Pinto promoveu a estreia do argentino Leonardo Gil. E com essa nova peça, o time mostrou uma evolução na partida, mesmo sem seus principais jogadores. ‘El Colo’ deu mais dinamismo ao meio-campo, melhorou a qualidade de passe na transição ofensiva, com boas inversões de jogadas e mostrou que será muito útil ao esquema do português.

– Leo é um jogador com outra cultura tática. Tem escola. Conduzindo a bola, sabe ver curto, longo, encontra soluções. Quem está do lado fica tranquilo. Deu variedade ao jogo. Veio dar qualidade e dinâmica de jogo – destacou Sá Pinto.

Sendo assim, a equipe criou boas chances que levaram perigo à meta de Cássio. Com o meio-campo mais compacto, dando menos espaço ao adversário, o Vasco adiantou a marcação e mereceu chegar ao empate. Antes disso, em boa trama, Carlinhos cruzou para Ribamar acertar o travessão corintiano. Em seguida, Vinícius arriscou um chute colocado e a bola passou perto.

Até que novamente o camisa 23 fez boa jogada e cruzou para Talles Magno, que matou no peito, tirou Edérson da jogada, e bateu cruzado. Antes da chegada de Gil, Ribamar se antecipou, e com oportunismo, deixou tudo igual, de letra. O jogo caminhava para um empate, mas a sorte realmente não estava do lado do Vasco. Aos 44, Everaldo recebeu livre na direita, e com muito espaço cruzou. Porém, a bola bateu em Henrique, e encobriu Fernando Miguel, decretando a vitória do Corinthians por 2 a 1.

– Fizemos um segundo tempo muito bom. Poderíamos ter causado algum desequilíbrio, tivemos oportunidades, bola na trave, arriscamos para empatar, depois reequilibramos com o Bruno, sem perder velocidade com Talles, Parede e Luquinhas. Por uma decisão aqui ou ali, poderíamos ter feito. Há discussão de falta no Parede, ele me disse que levou um pontapé. Teria que ver, anular o gol. Minimamente um empate. Nunca ter perdido esse jogo, estou orgulhoso do que eles tentaram fazer. Lutaram, acreditaram – disse Ricardo Sá Pinto