O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendeu nesta segunda-feira, 19, que os países integrantes dos Brics tenham uma atuação conjunta na adoção de medidas contra o aquecimento global. “Não podemos perder de vista que os cinco países representados no Brics representam parcela muito importante da população mundial, da produção mundial e são países que têm influência no mundo”, afirmou ele, em entrevista concedida em Pequim, na China, após reunião de chanceleres dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Na luta contra o aquecimento global e no cumprimento daquilo que foi acordado em Paris, o engajamento dos nossos países, pelo peso específico que têm, seguramente será um fator importante na implementação desses acordos.”

O chanceler brasileiro disse que os Brics manifestaram “muita preocupação” com a decisão dos Estados Unidos de retirar-se do Acordo de Paris para renegociar os termos de sua adesão. Esse acordo prevê que os países signatários adotarão individualmente metas para a redução de gases que provocam o efeito estufa.

As afirmações vieram num momento em que o Brasil era alvo de pressão na comunidade internacional pelo avanço do desmatamento e pela aprovação, pelo Congresso Nacional, de Medidas Provisórias (MPs) que reduzem o nível de proteção ambiental na Amazônia, principalmente na floresta do Jamanxim. Emendas de parlamentares apresentadas às MPs aumentaram as áreas nas quais passariam a ser admitidas atividades econômicas.

Porém, essas medidas foram vetadas nesta segunda. O presidente Temer usou sua conta no Twitter para informar, em resposta a um apelo feito pela modelo Gisele Bündchen, que vetou os pontos da MP que causaram polêmica. “Vetei hoje integralmente todos os itens das MPs que diminuíam a área preservada da Amazônia”, escreveu. A informação do veto havia sido antecipada mais cedo pelo Broadcast Político.

Os vetos eram dados como certos nos bastidores porque Temer irá esta semana à Noruega, o maior financiador estrangeiro de programas para preservação ambiental no País. Os noruegueses aportaram R$ 2,8 bilhões no Fundo Amazônia, que administra uma série de programas nas áreas de preservação ambiental e áreas indígenas.

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