06/04/2018 - 22:57
Em discurso em Salvador, o presidente Michel Temer falou que o País foi tomado por uma onda de pessimismo nos últimos tempos. “Antes, o otimismo no Brasil era bem maior, não havia diferença tão grande entre os brasileiros”, declarou. O presidente participou de solenidade de apresentação da nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
Temer enalteceu a relação entre seu governo e a iniciativa privada. “A governabilidade vem pela conjugação do setor público com a iniciativa privada”, disse, ressaltando que os avanços conquistados durante sua gestão não seriam possíveis sem esta parceria. “Enfrentamos as maiores dificuldades do governo num período de dois anos, mas o País não parou.”
O presidente também elogiou o trabalho do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que deixou nesta sexta o cargo para tentar disputar as eleições deste ano. “Foram mais de 1,5 milhão de empregos criados nestes quatro últimos trimestres”, apontou.
Rota 2030
Temer afirmou que os estudos sobre o Rota 2030, novo programa de incentivo ao setor automobilístico, estão em fase final e que o programa deve ser apresentado e aprovado no início de maio.
Os estudos do Rota 2030 estão sendo realizados pela Fazenda e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), mas as duas pastas têm divergência sobre o assunto devido à preocupação da Fazenda com o ajuste fiscal.
O anúncio deveria ter ocorrido no fim do ano passado, quando o Inovar-Auto, antigo programa para o setor, acabou, mas foi continuamente adiado. No meio de março, o Mdic apresentou nova proposta às montadoras, que não foi bem recebida pelas empresas, uma vez que os incentivos fiscais foram reduzidos de R$ 1,5 bilhão por ano na proposta anterior para R$ 1 bilhão. Em troca, as montadoras teriam de investir 3,3 vezes mais em pesquisa e desenvolvimento.
Durante seu discurso, Temer também agradeceu às contribuições dos empresários baianos ao seu governo, com sugestões e também cobranças. “Reconheço a cobrança de alguns aqui presentes de, por exemplo, prestigiar o Nordeste.”
Segundo ele, cada região tem de ter tratamento diferenciado de acordo com suas necessidades. “Temos de ter um tratamento diferenciado para Estados do Nordeste”, reforçou.