Na temida altitude de 3,6 mil metros acima do nível do mar de La Paz, na Bolívia, o São Paulo decide nesta quinta-feira, às 21h45 (de Brasília), se continua na Copa Libertadores ou se amarga o vexame e a crise da segunda eliminação em menos de uma semana. A tarefa do clube é de pelo menos empatar com o The Strongest para se classificar no Grupo 1.

Os problemas físicos causados pelo ar rarefeito são os adversários mais temidos. Na capital boliviana, o time perdeu os dois últimos jogos que disputou pela competição, ambos em 2013. Já como mandante, o The Strongest não perde em casa pela Libertadores há 11 jogos.

A equipe boliviana é a grande responsável pelo São Paulo chegar à ultima rodada ainda sob risco de eliminação. A vitória do The Strongest no Pacaembu por 1 a 0 foi um feito comemorado até com provocações pelos jogadores no dia seguinte. Desde 1982 o clube não ganhava um jogo do torneio longe da altitude da Bolívia.

Para ter sucesso, a missão do São Paulo depende principalmente de como será a postura em campo. Nos dois últimos jogos o time viveu de extremos, ao dominar e bater o River Plate em casa para depois ser goleado por 4 a 1 na eliminação no último domingo, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, contra o Audax.

“Sabemos que nossa equipe precisa melhorar e faremos isso para conseguir um bom resultado. Estamos chateados com a eliminação no Campeonato Paulista, mas temos que reagir e buscar a classificação”, disse o zagueiro Rodrigo Caio.

A comissão técnica tomou precauções para evitar o desgaste do time com a altitude. O São Paulo embarcou no início da tarde desta quarta-feira para Santa Cruz de La Sierra, cidade que fica a apenas 400 metros acima do nível do mar. O time pernoitou lá e apenas à tarde viaja para a capital boliviana.

O intuito é ficar o mínimo de tempo possível em La Paz e, assim, minimizar o risco de os jogadores sofrerem com mal estar na altitude. O planejamento fez o clube abrir mão de fazer o tradicional treino de reconhecimento de gramado na véspera da partida.

O clube brasileiro com mais participações em Libertadores (18) e dono de três títulos confia no bom retrospecto no torneio para se manter vivo. A última vez em que o São Paulo deu adeus no torneio ainda na fase de grupos foi em 1987.

A permanência na competição vai representar ainda um ambiente mais calmo para o técnico argentino Edgardo Bauza trabalhar. Sem a competição, o time pode ficar cerca de 20 dias sem jogar até o começo do Campeonato Brasileiro, em maio, e perder até mesmo receitas com bilheteria no Morumbi.

A decisão fez o zagueiro Diego Lugano optar por viajar com o grupo mesmo machucado. O uruguaio explicou que fez questão de acompanhar os companheiros para incentivar. “Sou um profissional e, em qualquer time em que joguei, estive junto dos meus companheiros nas viagens”, comentou o defensor, que tem lesão na coxa.

Bauza indicou uma formação mais cautelosa nos últimos treinos. A possibilidade de jogar pelo empate deve fazer o São Paulo atuar com três volantes. Thiago Mendes entra na vaga de João Schimidt, suspenso, e Wesley ganha chance para reforçar a marcação. A escolha pelo trio vai fazer com que ou Paulo Henrique Ganso ou Michel Bastos tenham de sair da equipe titular.

“Defensivamente temos que ser impecáveis, pois se o São Paulo não sofrer gol, está classificado. Temos que ser eficazes. Vai ser um jogo complicado, mas vamos procurar não sofrer gols”, comentou o zagueiro Maicon, o substituto de Lugano.

No mesmo horário, o River Plate vai receber o Trujillanos, da Venezuela, em Buenos Aires. A equipe argentina já está classificada e busca apenas confirmar o primeiro lugar do grupo. Por ter um saldo de nove gols, o atual campeão da Libertadores dificilmente perderá o posto de líder. O adversário não tem mais chances de classificação à próxima fase.