11/01/2020 - 13:49
Um mutirão de limpeza comandado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro e com adesão das empresas operadoras e arrendatárias dos terminais prevê retirar, até o final da próxima semana, todos os resíduos sólidos acumulados em mais de 6 quilômetros de cais no Porto do Rio.
O gerente de Acesso Terrestre de Docas, Guilherme Carvalho, disse à Agência Brasil que a companhia já está retirando grandes volumes de entulho, mas que vai concentrar o restante da limpeza de segunda-feira (13) a sexta-feira (17), encerrando o mutirão com os trabalhos de varreção e capina.
Guilherme Carvalho explicou que com o fechamento da Avenida Rodrigues Alves para a construção da via expressa e do Boulevard Olímpico, inaugurado em 2016 dentro das obras do Porto Maravilha, vários portões de acesso de carga ao porto foram fechados e o tráfego de veículos, que era feito por fora, passou para dentro do porto.
“Com isso, temos veículos convivendo com guindastes, com a acostagem dos navios e, por conta disso, além de ter gerado desgaste maior da pavimentação, houve a necessidade, em alguns pontos de estrangulamento, de fazer um corte emergencial das plataformas internas”, esclareceu o gerente.
Vassoura mecânica
Todo esse procedimento gerou desgaste do piso e produziu resíduos particulares. A situação se agravou porque a empresa estava sem equipamentos adequados para fazer a varreção do porto. “Houve um certo acúmulo nesse período. Além do entulho, houve acúmulo de resíduos por conta do desgaste da pavimentação, que foi acelerado devido à mudança do fluxo de veículos do lado de fora para o lado de dentro.
Guilherme Carvalho acredita que ainda neste mês a diretoria executiva da Companhia Docas deverá aprovar o início do processo licitatório para contratação de uma vassoura mecânica para efetuar a limpeza rotineira do porto. “Esse caminhão com a vassoura mecânica é que vai manter o porto limpo. Hoje, o que nós estamos fazendo é um tratamento de choque”.
Os arrendatários e operadores portuários MultiTerminais, ICTSI, Triunfo Logística, Pennant e Terminal de Trigo do Rio de Janeiro (TTRJ) aderiram ao mutirão. Os grandes volumes de resíduos serão concentrados dentro do Armazém 8. Carvalho revelou que será feito um depósito seletivo dos materiais recolhidos não só para facilitar sua correta destinação, como também para reduzir custos.
Catadores
A Companhia Docas do Rio participa da Rede Nacional de Empreendimentos Solidários (Recicla Rio), para a qual destina materiais recicláveis. A Rede Recicla Rio foi criada em 2009 e reúne cooperativas de catadores, com gestão compartilhada com governo fluminense e prefeitura do Rio.
O gerente de Acesso Terrestre afirmou que os entulhos acumulados não impediram a realização dos trabalhos no Píer Mauá para atracação e desatracação de navios de cruzeiro. Segundo Carvalho, a parte crítica relacionada ao acúmulo de lixo se dá a partir do Armazém 8, em função da grande operação de carga.
“A gente não atraca embarcações de carga no Píer Mauá. O Píer é preservado, exatamente para fazer a atracação de navios de passageiros. A área de cruzeiros é mais limpa. Uma boa vitrine para fazer a recepção dos nossos turistas. Inclusive, a parte de pavimentação dela é revestimento asfáltico. Elimina muito a produção de partículas (resíduos)”. Segundo o gerente, o Píer Mauá é um arrendatário que sempre primou pela limpeza e organização dos seus espaços. “O atendimento é muito bom”.
Guilherme Carvalho destacou ainda que a parceria da Companhia Docas com os arrendatários e operadores do Porto do Rio se intensificou nos últimos tempos, buscando uma gestão mais eficiente, “com o engajamento de todos”.