O presidente Yoweri Museveni, no poder desde 1986, se dirige neste sábado (16) para um sexto mandato na presidência da Uganda, já que os resultados parciais continuam dando a ele uma grande vantagem sobre seu principal adversário, Bobi Wine, que denunciou fraudes e violência.

Segundo os últimos números publicados neste sábado pela comissão eleitoral, que cobrem 91,1% dos colégios eleitorais do país, Museveni obteve 58,8% dos votos, contra 34,5% para Bobi Wine, cujo nome verdadeiro é Robert Kyagulanyi.

Os resultados finais das eleições presidenciais de 14 de janeiro são esperados para a tarde de sábado.

Paralelamente, os resultados parciais das eleições legislativas, organizadas no mesmo dia que as presidenciais, demonstram que a Plataforma da Unidade Nacional (NUP), partido de Wine, está prestes a se tornar o principal partido da oposição no parlamento.

A NUP ganhou oito dos nove distritos da capital, Kampala.

As eleições aconteceram após uma campanha particularmente violenta, caracterizada pelo assédio e pela prisão de membros da oposição, ataques contra a imprensa e a morte de, pelo menos, 54 pessoas em distúrbios após a enésima detenção de Wine, cuja campanha foi prejudicada em grande parte em nome das restrições contra a covid-19.

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As eleições ocorreram em uma calma aparente na quinta-feira, mas sob a forte e opressiva presença da polícia antidistúrbios e militares, e com uma interrupção da internet no pano de fundo.

Wine denunciou fraudes em massa: urnas traficadas, cédulas pré-preenchidas, eleitores que receberam cédulas apenas para as legislativas e agressões contra os observadores de seu partido, às vezes expulsos dos colégios eleitorais.

Três quartos dos 44 milhões de ugandeses têm menos que 30 anos e não tiverma outro presidente sem ser Museveni.


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