Museu Van Gogh de Amsterdã corre risco de ser fechado

NOVA YORK, 27 AGO (ANSA) – O museu Van Gogh, em Amsterdã, está envolvido em uma disputa financeira com o governo holandês que pode levar ao seu fechamento, segundo declaração da diretora Emilie Gordenker ao jornal “The New York Times” nesta quarta-feira (27).   

De acordo com Gordenker, o museu, que atrai cerca de 1,8 milhão de visitantes por ano e abriga a maior coleção de obras de um dos artistas mais amados do mundo, não conseguirá financiar reformas em larga escala sem apoio estatal.   

Considerada um tesouro nacional, a instituição, aberta desde 1973, precisa de grandes reformas para preservar as mais de 200 pinturas e quase 500 desenhos de Van Gogh. No entanto, após dois anos de conversa, as negociações de financiamento com o Ministério da Cultura estão paralisadas.   

“Se essa situação continuar, será perigosa para a arte e para os nossos visitantes. E é a última coisa que queremos ? mas se chegar a esse ponto, teremos que fechar o prédio”, acrescentou a diretora que assumiu o museu em 2020.   

Segundo Gordenker, após mais de 50 anos de uso intenso, os edifícios não atendem mais aos padrões modernos de sustentabilidade, segurança e controle climático. Além disso, muitas instalações técnicas estão obsoletas e são difíceis de manter.   

O museu entrou com uma ação judicial contra o Estado, que provavelmente levará a uma audiência judicial nos próximos meses. A posição da diretora é apoiada por um comitê independente que levantou sérias preocupações sobre o prédio no ano passado.   

O museu solicitou um aumento de US$ 2,9 milhões em relação ao subsídio governamental anual padrão de aproximadamente US$ 10 milhões para financiar melhorias no sistema de ar-condicionado e nos elevadores, bem como melhorias na segurança contra incêndio, segurança e sustentabilidade.   

Após a morte de van Gogh, grande parte das obras não vendidas permaneceu com a família. Vincent Willem van Gogh, filho de seu irmão Theo e, portanto, sobrinho do pintor, firmou um acordo sem precedentes com o governo holandês em 1962 para impedir a dispersão da coleção.   

Apelidado de “pequeno Vincent” quando criança, em memória de seu tio, falecido poucos meses antes de seu nascimento, o herdeiro e artista transferiu a propriedade de todo o acervo para a Fundação Vincent van Gogh, criada especificamente para esse fim.   

Em troca, o Estado se comprometeu a fornecer recursos adequados para a construção e manutenção de um novo museu, onde o acervo ficaria permanentemente abrigado e exposto ao público. Um programa de renovação de três anos deverá começar em 2028 e custará 104 milhões de euros. (ANSA).