10/12/2018 - 20:22
O Museu Nacional, destruído parcialmente por um incêndio em 2 de setembro, anunciou nesta segunda-feira, 10, que conseguiu recuperar nos escombros cerca de 1.500 itens, entre peças das coleções, equipamentos, objetos pessoais, fragmentos arquitetônicos e alguns objetos ainda não identificados.
Alguns materiais de arqueologia, mineralogia e etnologia já foram encontrados e reconhecidos. Entre eles estão peças pré-históricas, pontas de flechas em metal feitas por indígenas do início do século 20, urnas de cerâmica de origem tupi e marajoara, pedras como turmalina negra, além de bonecas Carajá, registradas como patrimônio imaterial do Brasil. Em meados de outubro, também tinha sido localizado o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil das Américas.
Segundo o diretor do museu, Alexander Kellner, o trabalho de resgate está seguindo conforme o previsto. O foco maior está no escoramento das paredes mais frágeis para que os pesquisadores possam ter acesso ao prédio para procurar as peças. Já o trabalho de cobertura do palácio deve ser iniciado em janeiro do ano que vem.
Kellner anunciou também que o museu recebeu uma doação de 180.800 euros do governo alemão (cerca de R$ 808 mil) para a recuperação do acervo resgatado dos escombros.
O cônsul-geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Klaus Zillikens, afirmou que a doação representa apenas uma etapa inicial, já que o Museu Nacional continuará sendo assistido. O governo alemão pretende aportar até 1 milhão de euros, que devem ser repassados conforme as demandas do museu.
A verba deverá será usada para a compra de materiais específicos de recuperação, listados pelas equipes de busca. Artigos como computadores e lupas especiais serão adquiridos – uma delas, inclusive, vai ser usada em particular na reintegração de Luzia. “É um valor que entra para aquilo que a gente precisa. Nós estamos extremamente gratos pela sensibilidade do governo alemão”, disse Kellner.
Até o momento, todo o trabalho de recuperação do museu ocorreu com um repasse de R$ 10 milhões feito pelo Ministério da Educação. No entanto, para 2019, são esperados pelo menos R$ 56 milhões do governo federal.