Museu, de Alonso Ruizpalacios, baseia-se num fato real. Na noite de Natal de 1985, dois amigos, jovens estudantes de classe média, invadem o Museu de Antropologia da Cidade do México, e roubam 140 peças da coleção de cultura Maya. O filme é prova de que se pode fazer uma obra de gênero e ir muito além dos seus limites.

Aliás, Ruizpalacios, autor do também ótimo Güeros, desconhece fronteiras. Trata essa história de furto como ponto de partida para reflexões sobre a cultura local e a rapina dos conquistadores, as ilusões humanas, as versões que substituem uma verdade impalpável, além de discorrer com fluência sobre a arte da narrativa. Cheia de ritmo, a aventura tem no elenco Gael García Bernal como Juan, e Leonardo Ortizgris como seu parceiro, Benjamin.

A cultura mexicana, riquíssima, vertiginosa e cheia de mistérios, funciona não apenas como pano de fundo da trama, mas como personagem integrante e, talvez, protagonista de uma história que lembra os enredos mirabolantes do escritor Roberto Bolaño, chileno, porém mexicano de adoção.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.