O Museu de Arte (MAR) do Rio de Janeiro está “em processo de desmobilização do equipamento cultural”, devido à falta de verbas. O quadro inclui aviso prévio de 126 trabalhadores.

Segundo o Instituto Odeon, responsável pela gestão do museu, “o início do processo de desmobilização acontece após os consecutivos atrasos no pagamento de parcelas do contrato de gestão, incluindo a parcela de setembro que até o momento não foi depositada. Com isso, não há mais fôlego financeiro para manter o equipamento funcionando”. Ao todo, receberam aviso prévio 80 servidores do quadro do MAR e outros 46 terceirizados, num total de 126 pessoas que serão atingidas pelo desligamento.

O Instituto Odeon, organização social responsável pela gestão do MAR, enviou na última sexta-feira (8) ofício à Secretaria Municipal de Cultura do Rio informando que iniciaria as ações de desmobilização do equipamento cultural.

O texto diz que o instituto“honrou todos os compromissos assumidos, não apenas com seus fornecedores, parceiros e apoiadores, mas também com a sociedade carioca e com os artistas. O Instituto Odeon ainda acredita numa solução que permita a continuidade da gestão e coloca-se à disposição da prefeitura para seguir à frente do museu no caso de uma eventual melhora do cenário”.

O MAR foi inaugurado no dia 1º de março de 2013, mas o Instituto Odeon foi contratado antes, com a finalidade de organizar toda a estrutura de funcionamento do museu.

Posicionamento da prefeitura

A Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro informou, por meio de nota, que a prefeitura do Rio vem trabalhando incessantemente para driblar a crise que se abateu sobre o país, que afetou as atividades econômicas e, consequentemente a arrecadação para os cofres municipais, e resultou nos altos índices de desemprego. A nota diz que a prefeitura “também trabalha para sanear as finanças, pagando uma dívida bilionária deixada pela gestão anterior. Dos R$ 6,8 bilhões que o prefeito anterior empurrou para a atual gestão, R$ 4,8 bilhões já foram honrados”.

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No texto, a Secretaria de Cultura explica que este quadro obriga a prefeitura a trabalhar com a realidade do que popularmente é chamado de “cobertor curto”.  Mantendo as escolas funcionando, investindo na saúde, pagando os servidores rigorosamente em dia, às vezes é necessário postergar outros compromissos. Especialmente no final do ano, quando o pagamento do 13º salário é uma das prioridades.

“Mas as secretarias de Cultura e de Fazenda estão trabalhando em conjunto para encontrar a melhor solução financeira para que o Museu de Arte do Rio possa continuar funcionando plenamente. Esta solução será apresentada ainda esta semana”, diz a nota.

MAR

O Museu de Arte do Rio faz parte de um projeto de revitalização do centro carioca, iniciado em 2009 através de uma lei municipal e tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais.

A primeira definição do projeto foi estabelecer um sistema de fluxo de modo que tudo funcionasse de forma integrada e eficiente, juntando com a criação da Escola do Olhar, espaço de desenvolvimento de arte e cultura.

No centro da reurbanização está a melhoria das condições habitacionais e a atração de novos moradores para a área de 5 milhões de metros quadrados. Instalado na Praça Mauá, na zona portuária do Rio, que tem também no píer da Praça Mauá, o Museu do Amanhã, a região foi totalmente revitalizada, trazendo grande público para a área todos os finais de semana.


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