Obra do Acervo Museu Casa do Pontal

Mascarados a Cavalo, obra de Lunildes, faz parte do acervo Aníbal Sciarretta/Museu Casa do Pontal/Divulgação

Com um acervo de 8,5 mil obras e tombado como patrimônio cultural brasileiro desde 1991, o Museu Casa do Pontal está com sua nova sede em fase de final de construção, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Considerado o maior museu de arte popular do país, a perspectiva é que até o final deste ano a nova sede esteja concluída e seja inaugurada no primeiro semestre de 2018.

Instalado há mais de 40 anos no Recreio dos Bandeirantes, também na zona oeste, o museu teve que mudar de casa após sofrer os efeitos das alterações urbanas do entorno. O nível das ruas foi elevado em 1,5 metro acima do terreno do equipamento e, com isso, a sede da Casa do Pontal ficou sujeita a inundações, colocando o acervo tombado em risco.

O Museu Casa do Pontal tem em média 22 mil visitantes por ano. Enquanto a mudança não é efetuada, o museu continua funcionando no Recreio dos Bandeirantes, de terça-feira a domingo, com todas as atividades normais, que incluem exposições temporárias, shows musicais, seminários, oficinas culturais e visitas educativas.

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Transferência

Segundo a diretora e curadora do Museu Casa do Pontal, a antropóloga Angela Mascelani, o acervo começou a ser reunido na década de 1940 e está em excelente estado de conservação. Apesar disso, como as peças são feitas de matérias-primas mais frágeis, uma transferência de lugar exige “grande esforço institucional”, acentuou.

Angela Mascelani comemorou o fato de a nova sede ficar em local de mais fácil acesso pelo público, próxima a uma estação de BRT. Será disponibilizada uma van gratuita que levará os visitantes da estação até o museu. “Haverá acessibilidade maior, mais proximidade. Isso é muito importante. O público vai poder chegar muito mais facilmente ao museu, saindo de qualquer lugar do Rio de Janeiro”.

Associação dos Amigos da Arte Popular Brasileira, que administra o museu, vai receber apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio de recursos não reembolsáveis no valor de R$ 4,6 milhões, para aplicação na implementação da museologia da nova sede. Os recursos correspondem a 94% do investimento total e serão investidos também na estruturação de um fundo patrimonial permanente, também chamado de fundo de endowment.

“Recebemos essa notícia [do apoio] com muita alegria e também porque a gente entende que a arte popular é um importante patrimônio brasileiro que registra no barro, na madeira, a história social dos homens e das mulheres do nosso país”, diz Ângela.

Segundo Ângela, o modelo de fundo patrimonial permanente garantirá mais sustentabilidade financeira à instituição. “O fundo garantirá que o museu tenha sustentabilidade financeira para a conservação do acervo e manutenção do espaço. Importantes artistas populares do país, como o pernambucano Mestre Vitalino, os cearenses Celestino e Manuel Graciano, o goiano Lunildes e o paranaense Laurentino têm obras no Museu Casa do Pontal”, conta.


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