Musa dos anos 1980, Magda Cotrofê revela assédio e rivalidade em biografia

Aos 62 anos de idade, modelo que foi comparada a Luiza Brunet lançará livro falando dos bastidores da moda daquela época

Divulgação e Pino Gomes
Magda Cotrofê nos anos 80 e atualmente, aos 62 anos Foto: Divulgação e Pino Gomes

“O Outro Olhar de Magda Cotrofê” promete, literalmente, mostrar uma nova faceta de quem conheceu Magda Cotrofe nos anos 1980.

Uma das musas daquela época no Brasil, que foi precursora do biquíni fio dental e recordista de capas da revista “Playboy”, a modelo lançará no fim do mês de julho a biografia de sua vida, escrita a quatro mãos, por ela e sua amiga jornalista Roberta Scansetti.

Atualmente com 62 anos de idade, Magda recorda, em entrevista à IstoÉ Gente, que nem tudo foi positivo no auge de sua carreira.

Assédio, objetificação do seu corpo e comparações a Luiza Brunet – modelo que já era famosa quando ela despontou na mídia -, tornaram a jornada artística muito mais desafiadora. Apesar disso, ela garante que boa parte dos boatos não se confirmaram e é amiga de Brunet até hoje.

“Quando eu cheguei [no meio artístico], eu cheguei chegando, né? Então, isso assusta as pessoas que já estavam no mercado. E na época tinha uma semelhança entre nós duas, em alguns ângulos, e a imprensa me colocou como ‘sucessora de Luiza Brunet’. Hoje, revendo todos esses jornais, vejo que era só implicância, fofoquinhas”, destaca.

“Hoje a gente se dá bem, nos encontramos, nos falamos, vou à casa dela, temos uma super amiga em comum. É coisa do passado mesmo, intriga da oposição”, justifica.

Musa dos anos 1980, Magda Cotrofê revela assédio e rivalidade em biografia

Magda Cotrofe e Luiza Brunet (Foto: Cristina Granato/Divulgação)

Apesar de o clima entre as duas ser amistoso, Magda confidencia que a relação entre as modelos da época, de maneira geral, não era tão boa. Segundo ela, muitas sabotavam os figurinos das outras minutos antes dos desfiles e apresentações.

“Acontecia direto [risos]! Nossa, um salto do sapato que era quebrado, roupa que sumia, que era rasgada… e nem pensar em tirar fotos juntas, isso era quase impossível. Hoje em dia essa rivalidade não existe mais, as pessoas podem ser o que elas quiserem, podem produzir conteúdo em suas próprias redes sociais, então é tudo muito mais leve”, compara.

Assédio

Magda Cotrofê confirma que teve o seu corpo objetificado e que as pessoas tocavam nela quando desfilava ou posava para fotos. Ela recorda que o comportamento era considerado normal, mas que diversas vezes teve as portas fechadas para alguns trabalhos por se recusar a aceitar chantagens.

“Hoje em dia a palavra exata é ‘assédio’, mas antes não era assim. As pessoas te colocavam em condições para você conseguir aquele trabalho ou não conseguir, né? ‘Ou você faz isso, queridinha, ou você não faz’. Então, foi muito difícil, muito difícil mesmo”, conta.

“Eu realmente não aceitava certos caminhos, ficava extremamente rude se eu era convidada para fazer uma grande campanha vinculada a segundas intenções e já cortava, não deixava continuar. Então, eu acabava perdendo”, frisa.

Musa dos anos 1980, Magda Cotrofê revela assédio e rivalidade em biografia

Magda Cotrofê nos anos 1980 – Divulgação

Museu na Alemanha

Magda Cotrofê sempre trabalhou como modelo, mas iniciou os estudos em Comunicação Social e chegou a trabalhar na área por um período e ganhou o posto de curadora do “Bikini Art Museum”, na Alemanha.

O espaço reúne um acervo de biquínis, com uma área dedicada ao Brasil. Além de Magda, Helô Pinheiro também tem as suas duas peças expostas.

“É o primeiro museu no mundo que fala da história do biquíni, né? Então, é incrível isso e a minha história está lá. Acho muito bacana.

Plásticas

Magda Cotrofe ficou famosa na época em que os procedimentos estéticos não existiam na mesma intensidade de hoje em dia.

Adepta do botox para suavizar as marcas de expressão no rosto, a modelo conta que só colocou próteses de silicone após dar à luz seu segundo filho, e mais nada.

A modelo confidencia que tem medo de perder as suas características e não se reconhecer mais.

“Hoje em dia tem muita tecnologia, nós avançamos muito na medicina, mas eu sou um pouco das antigas”, afirma ela, que discorda das pessoas que levantam a bandeira do envelhecimento.

“Ah, quem fala que ficar velho é bom não tá com nada [risos]! Não é legal, gente, não é…”

Musa dos anos 1980, Magda Cotrofê revela assédio e rivalidade em biografia

Magda Cotrofê aos 62 anos – Pino Gomes / Divulgação